sábado, 27 de novembro de 2010

"GRUPO UM"


Grupo Um é grupo Brasileiro de música instrumental, criado pelos irmãos Lelo Nazário e Zé Eduardo Nazário em 1976, quando os mesmo faziam parte da seção ritmica do grupo de Hermeto Pascoal. Criaram um grupo com identidade própria, bem diferente da concepção do trabalho de Hermeto, onde o uso dos conceitos de música eletrônica e música eletroacústica eram utilizados.
Completavam o grupo Zeca Assumpção, Mauro Senise e Felix Wagner. Para a gravação de seu primeiro álbum, Marcha Sobre a Cidade de 1977, eles contaram com a participação de Roberto Sion no sax e Carlinhos Gonçalves na percussão.
Hoje os irmãos Nazário se dedicam as suas carreiras individuais e com outros grupos, além de reelançaram pelo selo Editio Princeps todos os seus trabalhos com o grupo na década de 70 e 80.

Integrantes

Zé Eduardo Nazário - Bateria e Percussão.
Lelo Nazário - Piano, Teclados.
Rodolfo Stroeter - Contrabaixo.
Com participação dos músicos
Zeca Assumpção - Contrabaixo
Roberto Sion, Teco Cardoso, Mauro Senise: Sax e Flauta
Marcio Montarroyos - Trumpete
Felix Wagner - Sax, Piccolo e Flauta
Carlinhos Gonçalves - Percussão

Discografia

Marcha Sobre a Cidade (1977)
Reflexão Sobre a Crise do Desejo (1978)
Flor de Plástico Incinerada (1982)

domingo, 7 de novembro de 2010

"SAGRADO CORAÇÃO DA TERRA"


Sagrado Coração da Terra é uma banda brasileira de rock progressivo.
A banda mineira, sempre liderada pelo fundador, o compositor e violinista Marcus Viana, foi criada em 1979, logo após sua saída da então extinta Saecula Saeculorum. Lançou seu primeiro disco em 1984, que teve ótima repercussão no exterior (particularmente no Japão, onde eram lançados primeiro em CD). Apesar disto, no Brasil, só se tornou efetivamente conhecida do grande público após a inclusão da canção "Flecha", de seu 2o. disco (homônimo), na trilha sonora da telenovela
"Que Rei Sou Eu", da Rede Globo, com direito a exibição de seu
respectivo clipe no programa dominical "Fantástico".
Além de explorar a música instrumental, inclusive com a utilização de violino, e letras que faziam refência a paz e o culto à natureza, a capa de seus álbuns eram visualmente bem elaborados.
Ao compor a canção "Tango" para a minissérie "Kananga do Japão", da Rede Manchete, Marcus conheceu Jayme Monjardim, que posteriormente convidou-o a compor a trilha da próxima grande produção da emissora: Pantanal, que fora o fio condutor de "Farol da Liberdade", terceiro CD da banda, que continha duas canções da novela, além da a própria Suíte Sinfônica, esta última assinada apenas por Marcus mas ambas lançadas com o mesmo argumento (préviamente citado), na mesma época. O tipo de música utilizado na trilha foi tão marcante e inovador quanto a própria sensação causada pela telenovela, com fartura de imagens da natureza e temática distinta da que era normalmente adotada pelas produções da Rede Globo. A partir de então, Marcus depositaria suas principais atenções não apenas sobre o Sagrado, mas também sobre sua carreira solo.
Depois do lançamento de Grande Espírito em 1993 o grupo entrou em um longo hiato que só teria fim em 2000, com o lançamento de um disco composto de inéditas e alguns rearranjos de trabalhos de Viana e até da canção "Terra" de Caetano Veloso intitulado "À Leste do Sol, Oeste da Lua". Dele participam antigos membros e convidados como André Matos, na época, recém saído do Angra. No ano seguinte é lançado "Sacred Heart of Earth", um CD voltado para o mercado exterior, com canções importantes na carreira do Sagrado repaginadas e com letras em inglês. Em 2002 saíram duas coletâneas que também traziam algumas novas edições e arranjos: "Coletânea I - Canções" e "Coletânea II - Instrumental".
O Sagrado Coração da Terra encontra-se em jejum de shows, mas ainda participa de gravações em estúdio junto a Marcus Viana e em breve será gravado o primeiro DVD, que terá edição dupla.

Formação

Alexandre Lopes - violão e guitarra
Fernando Campos- guitarra
Gilberto Diniz - baixo
Nenen - bateria e percussão
Giacomo Lombardi - sintetizador
Inês Brando - piano
Sebastião Viana - flauta
Andersen Viana - flauta
Lincoln Cheib - pratos
Paulinho Santos - percussão
Augusto Renó - violão e guitarra

Discografia

Sagrado Coração da Terra (1984)
Flecha (1987)
Farol da Liberdade (1991)
Grande Espírito (1993)
A Leste do Sol, Oeste da Lua (2000)
Canções (2002) (coletânea)
Instrumental (2002) (coletânea)
Sacred Heart of Earth (2001) (coletânea)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"RECORDANDO O VALE DAS MAÇÃS"


O Grupo “Recordando o Vale das Maças” foi fundado em 1973 na cidade de Santos, litoral de São Paulo através da união de três jovens músicos: Fernando Pacheco, Fernando Motta e Domingos Mariotti. Sua proposta musical, era canalizar as experiências adquiridas no contato com a natureza, através da música.
As composições tiveram influências de estilos variados como rock, musica clássica resultando numa fusão progressista original e marcante. Essa proposta se identificou com o trabalho de outros músicos que gradativamente foram se agregando a banda.
Em 1975 o grupo contava com a participação de Fernando Pacheco - Guitarra, Violão de 12 cordas, Fernando Motta - Violão, Percussão, Luis Aranha - Violino, Moacir Amaral - Flauta, Eliseu de Oliveira (Lee) - Teclados, Ronaldo Mesquita (Gui) - Contra-baixo e Milton Bernardes – Bateria.
Com essa formação, atinge uma consistência sonora, rítmica e melódica peculiar para a época. Valorizando a combinação de instrumentos acústicos com eletrônicos, bem como dos gêneros musicais clássico e popular, seu trabalho os coloca como um dos melhores grupos do rock progressivo brasileiro.

Integrantes:

Fernando Pacheco - violão e guitarra
Ronaldo Mesquita - contrabaixo
Fernando Motta - violão
Eliseu de Oliveira Filho - teclados
Moacir Amaral Filho - flauta
Luiz Aranha - violino
Lourenço Gotti - bateria

Discografia:

1977 - As Crianças da Nova Floresta - LP - GTA
1982 - Sorriso de Verão/Flores na Estrada - Single - RVM
1986 - Himalaia - LP - FS
1993 - As Crianças da Nova Floresta II - CD - PRW

"PATRULHA DO ESPAÇO"


Patrulha do Espaço é uma banda brasileira de rock.
O conjunto foi criado na década de 1970 por Arnaldo Baptista (ex-Mutantes), juntamente com o baterista Rolando Castello Júnior (que já havia tocado com o Made in Brazil e com o Aeroblus, da Argentina), o baixista Oswaldo “Cokinho” Gennari e o guitarrista irlandês John Flavin.
Desde então, a Patrulha do Espaço tem passado por várias formações, que incluiram o guitarrista Eduardo “Dudu” Chermont, o vocalista Percy Weiss (ambos participaram também do Made in Brazil), além de Sérgio Santana, Renê Seabra, Rubens Gioia, Xando Zuppo, Pappo, entre outros.

No início da década de 1980, a Patrulha do Espaço foi convidada a abrir apresentações do grupo Van Halen no Brasil.
A banda permanece ativa até hoje, gravando e se apresentando em shows.


"SALÁRIO MÍNIMO"


Salário Mínimo é uma banda paulista de heavy metal, formada em 1977.
Teve na sua primeira formação Junior Bea (bateria), William (guitarra), Magoo (baixo) e Vera (vocal). A formação clássica da banda que a colocou como uma das maiores bandas dos anos 80 foi China Lee (vocal), Thomaz Waldy (baixo), Nardis Lemme (bateria), Arthur Crom e Júnior Muzilli (guitarras).
A banda possui três discos gravados, “SP Metal” (1984, gravadora Baratos Afins), com 18.000 cópias vendidas, e “Beijo Fatal” (1987, gravadora RCA) com 78.000 cópias vendidas,”Simplesmente Rock” (2009, Studio AudioPlace) além de uma série de apresentações em programas de televisão e mais de seiscentos shows por todo o Brasil.
As atividades da banda haviam sido encerradas em 1990 e retomadas em 2004, tendo desde então procurado acertar a formação certa. É considerada uma das bandas mais importantes na história do rock pesado nacional.
O Salário Mínimo lançou seu mais novo álbum intitulado “Simplesmente Rock” no dia 12 de dezembro de 2009. A banda hoje conta com China Lee - considerado um dos melhores vocalistas do Brasil que influenciou nomes como André Matos, Kenzo Simabukulo e Daniel Beretta nas guitarras, Diego Lessa (baixo) e William Lopes (bateria).

"AVE SANGRIA"


Eles usavam batom, beijavam-se na boca em pleno palco, faziam uma música suja, com letras falando de piratas, moças mortas no cio. E eram muito esquisitos; “frangos”, segundo uns, e uma ameaça às moças donzelas da cidade, conforme outros. Estes “maus elementos” faziam parte do Ave Sangria, ex-Tamarineira Village, banda que escandalizou a Recife de 1974, da mesma forma que os Rolling Stones a Londres de dez anos antes. Com efeito, ela era conhecida como os Stones do Nordeste.
“Isto era tudo parte da lenda em torno do Ave Sangria” - explica, 25 anos depois, Rafles, o ministro da informação do grupo. “O baton era mertiolate, que a gente usava para chocar. Não sei de onde surgiu esta história de beijo na boca, a única coisa diferente na turma eram os cabelos e as roupas.” Rafles por volta de 68, era o “pirado” de plantão do Recife. Entre suas maluquices está a de enviar, pelo correio, um reforçado baseado, em legítimo papel Colomy, para Paul McCartney. Meses depois, ele recebeu a resposta do Beatle: uma foto autografada como agradecimento.

Foi Rafles quem propôs o nome Tamarineira Village, quando o grupo tomou uma forma definitiva, com a entrada do cantor e letrista Marco Polo. Isto aconteceu depois da I Feira Experimental de Música de Fazenda Nova. Até então, sem nome definido, Almir Oliveira, Lula Martins, Disraeli, Bira, Aparício Meu Amor (sic), Rafles, Tadeu, e Ivson Wanderley eram apenas a banda de apoio de Laílson, hoje cartunista do DP.
Marco Polo, um ex-acadêmico de Direito, foi precoce integrante da geração 45 de poetas recifenses. Com 16 anos, atreveu-se a mostrar seus poemas a Ariano Suassuna e a Cesar Leal. Foi aprovado pelos dois e lançou seu primeiro livro em 66.
Em 69, iniciou-se no jornalismo, como repórter do Diário da Noite.
Logo ganhou mundo. Em 70, trabalhou por algum tempo no Jornal da Tarde, em São Paulo, mas logo virou hippie, trabalhando como artesão na desbundada praça General Osório, em Ipanema. O primeiro show como Tamarineira Village foi o Fora da Paisagem, depois do festival de Fazenda Nova. Vieram mais dois outros shows, Corpo em Chamas e Concerto Marginal. A partir daí a banda amealhou um público fiel.

Ciganos

A mudança do nome aconteceu quando o grupo passou a ser convidado para apresentações em outros Estados. Os músicos cansaram-se de explicar o significado de Tamarineira Village. O Ave Angria, segundo Marco Polo, foi sugestão de uma cigana amalucada, que encontraram no interior da Paraíba: “Ela gostou de nossa música e fez um poema improvisado, referindo-se a nós como aves sangrias. Achamos legal. O sangria, pelo lado forte, sangüíneo, violento do Nordeste. O ave, pelo lado poético, símbolo da liberdade do nosso trabalho.
Na época, o som do Quinteto Violado era uma das sensações da MPB. Não tardou para as gravadoras mandarem olheiros ao Recife em busca de um novo quinteto. A RCA foi uma delas. O Ave Sangria foi sondado e recusou a proposta (a RCA contratou a Banda de Pau e Corda).
O disco viria com a indicação da banda, pelo empresário dos Novos Baianos, à Continental, a primeira gravadora a apostar no futuro do rock nacional. Antecipando a gozação por serem nordestinos, os integrantes da banda chegaram no estúdio Hawai, na Avenida Brasil, Rio, todos de peixeira na mão: “Falamos para o pessoal ter cuidado, porque a gente vinha da terra de Lampeão”, relembra Almir Oliveira. Foi um dos poucos momentos de descontração da banda. Com exceção de Marco Polo, nenhum dos integrantes conhecia o Rio e jamais haviam entrado num estúdio de gravação.

De peixeira na mão

Como agravante, quem produziu o disco foi o pouco experiente Marcio Antonucci. Ex-ídolo da Jovem Guarda (formou a dupla Os Vips, com o irmão Ronaldo), Antonucci ficou perdido com o som que tinha em mãos, e o pôs a perder: “Ele não entendeu nada daquela mistura de rock e música nordestina que a gente fazia, e deixou as sessões rolarem. O diabo é que a gente também não tinha a menor experiência de estúdio”, conta o guitarrista Paulo Rafael. Resultado: o disco acabou cheio de timbres acústicos. O Ave Sangria, involuntariamente, virou uma espécie de Quinteto Violado udigrudi. E adulterado não foi apenas o som. A gravadora não topou pagar pela arte da capa e colocou em seu lugar um arremedo do desenho original, assinado por Laílson.

O disco, mesmo pouco divulgado, conseguiu relativo sucesso no Sudeste, e vendeu bastante em alguns Estados do Nordeste. Uma das músicas que fizeram mais sucesso, e polêmica, foi o samba-choro Seu Waldir. “Seu Waldir o senhor/ Machucou meu coração/ Fazer isto comigo, seu Waldir/ Isto não se faz não… Eu quero ser o seu brinquedo favorito/ Seu apito/ Sua camisa de cetim…” Numa época em que a androginia tornava-se uma vertente da música pop. Lá fora com o gliter rock de David Bowie, Gary Glitter e Roxy Music com Alice Cooper, a aqui com o rebolado dos Secos & Molhados, Seu Waldir foi considerado pelos moralistas pernambucanos como uma apologia ao homossexualismo, quando não passava de uma brincadeira do irreverente do Ave Sangria.

Seu Waldir por pouco não vira mito. Uns diziam que era um senhor que morava em Olinda, pelo qual o vocalista do Ave Sangria apaixonara-se. Outros, que se tratava de um jornalista homônimo. Enfim, acreditava-se que o tal Waldir era um personagem de carne e osso. Marco Polo esclarece a história do personagem “Eu fiz Seu Waldir, no Rio, antes de entrar na banda. Ela foi encomendada por Marília Pera para a trilha da peça A Vida Escrachada de Baby Stomponato, de Bráulio Pedroso, que acabou não aproveitando a música”.

O Departamento de Censura da Polícia Federal não levou fé nesta versão. Proibiu o LP e determinou seu recolhimento em todo território nacional. A proibição incitada, segundo os integrantes do Ave Sangria, pelo hoje colunista social do Diário de Pernambuco, João Alberto: “Ele tocava a música no programa de TV que ele apresentava e comentava que achava um absurdo, que uma música com uma letra daquelas não poderia tocar livremente nas rádios”, denuncia Rafles. Almir Oliveira diz que lembra dos comentários do jornalista na televisão: “Mas não atribuo diretamente a ele. Se não fosse ele, teria sido outra pessoa, a música era mesmo forte para a época”, ameniza. A proibição, segundo comentários da época, deveu-se a um general, incentivado pela indignação da esposa, que não simpatizou com a declaração de amor a seu Waldir.

O disco foi relançado sem a faixa maldita, mas aí o interesse da mídia pelo grupo já havia passado. A Globo, por exemplo, desistiu de veicular o clipe feito para o Fantástico, com a música Geórgia A Carniceira. O grupo perdeu o pique: “A gente era um bando de caras pobres, alguns já com filhos, a grana sempre curta. No aperto, chegamos até a gravar vinhetas para a TV Jornal (uma delas para o programa Jorge Chau)”, relembra Marco Polo.

Em dezembro de 1974, o Ave Sangria parecia querer alçar vôo novamente. O grupo fez uma das suas melhores apresentações, com o show Perfumes & Baratchos. O público que foi ao Santa Isabel não sabia, mas teve o privilégio de assistir ao canto de cisne da Ave Sangria. Foi o último show e o fim da banda.

"DOCES BÁRBAROS"


Doces Bárbaros é o nome de um grupo de MPB dos anos 70 formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. O grupo surgiu para comemorar os 10 anos de carreira solo dos seus componentes, que pretendiam além de realizar shows, gravar um disco ao vivo e registrar tudo em um documentário.
Como grupo, Doces Bárbaros pode ser descrito como uma típica banda hippie dos anos 70, mas sua característica marcante é a brasilidade e o regionalismo baiano, naturalidade de todos os integrantes.
O disco de 1976 é considerado por muitos uma obra-prima da música brasileira, mas, curiosamente, na época do lançamento, foi duramente criticado.
Idealizada por Maria Bethânia, a banda interpretou composições de Caetano e Gil, fora algumas canções de outros compositores como Fé cega, faca amolada de Milton Nascimento e o clássico popular Atiraste uma pedra, de Herivelto Martins.
Inicialmente o disco LP seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Na época da turnê, Gilberto Gil foi preso por porte de drogas, fato que acabou sendo registrado no documentário Doces Barbaros, dirigido por Jom Tob Azulay.
Depois disso já foi feito outro filme comemorativo, DVD, enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, fizeram espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"MÓDULO 1000"


O jornal Rolling Stone, em sua edição nacional, de número 4 (21 de janeiro de 1972) trazia na segunda capa (interna) anúncio de página inteira com o disco. Está lá escrito: “Nosso som é o som do mundo para ser sacado e curtido” - Módulo 1000, com a foto do quarteto e a capa do disco, trazendo apenas o nome da banda e da obra -
“Não Fale Com Paredes”. Uma estréia que prometia, mas que enfrentou resistências, mesmo dos setores mais roqueiros da mídia, inclusive do próprio RS.

A razão da reação adversa de alguns é, ao mesmo tempo, o grande trunfo do álbum: o som progressivo, altamente técnico, que, ao contrário das críticas, não deixava de manter o pé no rock e da psicodelia. Integravam o grupo carioca, os músicos Luiz Paulo Simas(órgão, piano e vocal), Eduardo (baixo), Daniel Cardona Romani (guitarra) e Candinho (bateria). A produção, devidamente capitalizada no anúncio do jornal, é do disc-jockey Ademir, um dos mais destacados da época, depois de Big Boy.

De fato, em suas nove músicas, “Não Fale Com Paredes” é um exercício de criatividade instrumental que, hoje, pode-se nivelar aos melhores discos do gênero produzidos no exterior. “Turpe Est Sine Crine Caput”, cantada em latim, com um impressionante trabalho de guitarra, abre o disco mostrando o que vem pela frente. “Não Fale Com Paredes”, com letra de Vitor Martins (“Uma pessoa/É uma figura/É uma imagem/Numa moldura/Minha imagem quer sair do quadro/Dessa vitrine sem profundidade”), em clima de quase hard-rock à la Grand Funk Railroad, expõe a face mais pesada do grupo. E “Espelho” é uma viagem acústica, com vocais suaves, que lembra um pouco a sonoridade dos Mutantes.

Um aviso na capa do lp reflete a preocupação do grupo com a qualidade de produção: “o tempo de duração de cada face do disco foi limitado a 16 minutos para proporcionar uma excelente reprodução sonora”. Objetivo alcançado, pois ainda hoje causa supresa aos novos ouvintes o resultado final do disco, gravado com as conhecidas condições técnicas nacionais de trinta anos atrás. E por jovens que tinham idade média de 20 anos.

“Não Fale Com Paredes” também é assíduo frequentador dos “want lists” (procurados) de colecionadores internacionais de discos raros de psicodelia e progressivo. Sua capa (em detalhe) está no livro “2000 Record Collector Dream”, do austríaco Hans Pokora, e uma de suas músicas - “Lem-Ed-Êcalg (Glacê de Mel, ao contrário) integra a coletânea “Love, Peace & Poetry - Latin American Psychedelic Music”, ao lado do também brasileiro Som Imaginário.

Mesmo assim, a sina de “Não Fale Com Paredes” parece ser parmanecer no anonimato. Tanto que já é candidato a transformar-se em “disco perdido” também na era digital. Remasterizado, com capa original de papel e encarte com as letras, ganhou versão em cd, sem que ninguém tenha se dado conta. Originalmente gravado pela Top Tape, a reedição caprichada, limitada e provavelmente esgotada é da Zaher Zein/Projeto Luz Eterna.


Texto de Fernando Rosa, originalmente publicado na revista ShowBizz

"O SOM NOSSO DE CADA DIA"


Tendo lançado um dos maiores clássicos do Rock setentista nacional - o LP “Snegs” (1974) - a banda foi fundada em São Paulo, no ano de 1971, pelos seguintes músicos:
Manito: espanhol de nascimento, é um legítimo multi-instrumentista (piano, órgão, moog, flauta, sax e violino) e já famoso pelo seu importante papel com o grupo “Os Incríveis. No decorrer da sua carreira tocou com muitos nomes de peso, tais como Os Mutantes, Rita Lee e Camisa de Vênus na área do Rock e Roberto Carlos e Zé Ramalho na área da MPB
Pedro Baldanza: mais conhecido como PEDRÃO, o baixista e vocalista gaúcho já havia sido membro das históricas bandas “Novos Baianos” e “Perfume Azul do Sol”, além de ter convivido e atuado com Walter Franco e Cassiano. Após o fim da banda em 1977, trabalhou com importantes nomes da MPB, tais como Ney Matogrosso, Elis Regina, Gal Costa e Sá & Guarabira
Pedrinho Batera: Um dos mais brilhantes bateristas do Rock Nacional, trabalhou também com Luiz Melodia e Belchior, além de diversos grupos de Jazz. Infelizmente, faleceu precocemente em meados dos anos 90.

A Obra-Prima

Apesar de sua curta discografia (apenas 2 LPs e um compacto, ambos de estúdio nos anos 70 e, posteriormente, um CD ao vivo em 1994 e um CD duplo também ao vivo com registros inéditos dos anos 70), os músicos acima podem se orgulhar de terem lançado um dos mais brilhantes, criativos e empolgantes discos de Rock da América do Sul.

Todas as músicas do álbum SNEGS são excelentes, mas “Sinal da Paranóia”, “Bicho do Mato”, “Massavilha” e “Dirección de Aquarius” merecem ser citadas com maior destaque.

Considerado por muitos como o mais fantástico disco de Rock Progressivo nacional, é um item absolutamente obrigatório na coleção de qualquer fã do gênero.

Gravado e mixado em 1973 em apenas 7 dias e com grande precariedade de equipamentos de estúdio, é uma das maios perfeitas demonstrações de que o realmente importa na gravação de um disco é o TALENTO.

Outra grande façanha do Som Nosso de Cada Dia foi a realização dos 5 shows de abertura da turnê de Alice Cooper no Brasil em julho de 1974.

Com Alice no auge de sua carreira, o público presente foi sempre excelente (um total superior a 130.000 pessoas), o nosso representante brazuca obteve incrível sucesso, tendo suas apresentações mais queridas e lembradas até mesmo que o próprio astro principal.

A Vida Após “Snegs” e “Alice Cooper”

Por diversas razões, mesmo com o sucesso anterior, várias mudanças de formação ocorreram (Manito saiu e vários outros foram entrando e saindo) e somente três anos depois lançaram novo disco. Infleizmente, a época já era outra e o movimento “Disco Music” assolava o mundo. Foram então obrigados a gravar músicas que se adequassem a nova realidade. Mesmo assim, tiveram uma grande idéia, que possibilitou a inclusão de músicas do estilo Progressivo sem afetar a qualidade do álbum e sem incomodar aos fãs de estilos tão diversos.

Era lançado então o álbum “Som Nosso”, onde o Lado 1 recebeu o nome de “Sábado” e o Lado 2 de “Domingo”. O “Sábado” com sonoridade Funk, apropriada para “Os Embalos de Sábado a Noite” e o “Domingo” com músicas belamente Progressivas, perfeitas para o relaxamento e sossego de um “domingão”.
A idéia foi brilhante e o disco razoavelmente bem sucedido, mas, por diversas razões, a banda acabou se desfazendo. Como último suspiro, lançaram apenas mais um compacto, mas este teve a grata realização de o título de uma de suas músicas ter inspirado o nome de uma nova banda: a BANDA BLACK-RIO, famosa e histórica banda carioca de Funk instrumental.

P.S.: Importantíssimo ressaltar que este tipo de Funk setentista NADA, absolutamente NADA tem a ver com o “funk” existente hoje no Brasil…

Em junho de 1993 o trio original se reúne para gravar uma faixa inédita (”O Guarani”), editada como bônus no relançamento em CD do “Snegs”. Em 94 reuniram-se para 2 novos shows, que resultaram no CD “Live 94″.

As perspectivas eram excelentes, pois ambos os CDs (editados pela gravadora “Progressive Rock Worldwide”) foram bem recebidos e a imediata e positiva conseqüência foi um convite para apresentações no Japão, em um Festival de Rock Progressivo.

O destino, porém, foi cruel, com o imprevisível falecimento de Pedrinho Batera…

Nova dissolução ocorreu e desta vez parecia ser definitiva…

O Retorno em Grande Estilo

Esta surpreendente e fantástica reunião se deu pelas seguintes razões:

Por volta de 2004, surgiu no mercado fonográfico “alternativo”, um CD “Bootleg” contendo a gravação de um show realizado em setembro de 1976. O sucesso foi total, tanto entre os antigos fãs quanto entre os da nova geração, que se surpreenderam com a excepcional qualidade técnica que a banda mostrava ao vivo.

Decide-se que é chegada a hora de editar um disco ao vivo oficial: o resultado é o fantástico “A Procura da Essência - (Ao Vivo 1975-1976)”, lançado pela gravadora carioca Editio Princeps (www.editioprinceps.com).
Este CD duplo traz, pela primeira vez, gravações ao vivo do Som Nosso de Cada Dia em seu período mais progressivo, durante os anos 70, cuidadosamente selecionadas pelos próprios músicos dentre as fitas de melhor qualidade sonora remanescentes. Além de diversas improvisações e versões estendidas de antigos clássicos, estes registros incluem versões inéditas de faixas da lendária suíte “Amazônia”, gravada pela banda em 1975 e nunca lançada integralmente.

Aproveitando as três décadas de lançamento do “Snegs” e o CD duplo ao vivo, Pedro Baldanza montou uma banda-tributo para gravar um CD chamado “O Som Nosso de Cada Dia a Dia”, mas, apesar de várias músicas terem sido gravadas, o projeto foi arquivado e não há previsão de seu lançamento.

No entanto, o conjunto dos fatores acima proporcionou uma reaproximação com Manito e em 24/04/2008 aconteceu o que a muitos parecia que jamais ocorreria novamente…

Dentro da extensa programação do extraordinário evento paulistano “Virada Cultural”, estava agendada a apresentação do SOM NOSSO DE CADA DIA para tocar o “Snegs” na íntegra!!

Dessa forma, mesmo estando programado para o lamentável horário das 3 da madrugada, dos MUTANTES estarem se apresentando no mesmo horário e das pessoas terem de permanecer horas na fila (seria no Teatro Municipal, onde havia uma limitação de lugares em torno de 1.500 pessoas), a lotação foi TOTAL.

A formação dos músicos incluiu Manito (teclados, sax, flauta) e Pedro Baldanza (baixo e vocais), brilhantemente auxiliados por Marcelo Schevano (guitarra e flauta), Edson Guilardi (o mesmo baterista que tocou com o Terreno Baldio) e Fernando Cardoso (atual tecladista do Violeta de Outono, toca também na bandas Homem com Asas e Compacta Triô). Complementaram a seleção, os excelentes vocalistas Thiago Furlan e Jorge Canti.
Então, com todos os fatores acima e aliado ao fato de estar sendo no belíssimo espaço que é o Teatro Municipal, o show foi absolutamente emocionante e inesquecível.
A emoção da platéia foi intensa e indescritível, com a realização de um “sonho impossível”, tanto por parte da “Velha Guarda” quanto dos inúmeros jovens e apaixonados fãs. Todas as músicas foram enormemente celebradas, mas preciosidades como “Sinal da Paranóia” e “Bicho do Mato”, criaram um longo e extraordinário uníssono.
Agora, na sua nova apresentação, no Carnaval de 2009, no FESTIVAL PSICODÁLIA, em meio a exuberante natureza da região de São Martinho (SC), não resta dúvida que as mesmas emoções se repetirão.

"TERRENO BALDIO"


Terreno Baldio é uma banda de rock progressivo do Brasil.
"Considerado por muitos como o Gentle Giant brasileiro, o Terreno Baldio é um dos mais importantes grupos nacionais no estilo. Formado no início dos anos 70, o grupo estréia em 1975 com "Terreno Baldio", que sai pela gravadora Pirata em tiragem de 3000 cópias. As fitas-master do álbum desapareceriam nesta mesma época impedindo novas prensagens. O grupo lançaria ainda mais um álbum, "Além das lendas...",
antes de debandar, em 1978. Interessante o fato do tema do LP ter sido uma imposição da gravadora para fechar o contrato. A formação era ligeiramente diferente,
com Ayres Braga (ex-Joelho de Porco) no lugar de Ascenção.
O Terreno voltaria a se reunir em 1993 para regravar o primeiro LP, dessa vez em inglês, para um (re)lançamento pela Progressive Rock Worldwide (com direito a faixas-extras). Ou seja, trata-se, na verdade, de um terceiro dico do grupo.
A formação do Terreno "versão 93" é Kurk, Mello e Lazzarini." (ERP)

RPB: Depois de quase duas décadas de seu lançamento original, em 1976, e após um processo de produção de praticamente dois anos (entre pesquisa, design de encarte e masterização), a gravadora niteroiense Rock Symphony e o grupo paulista Terreno Baldio relançam o primeiro disco, que ainda era inédito em CD.
O som foi remasterizado na Itália pelo produtor original dos dois LPs da banda (Cesare Benvenuti), possui encarte de 16 páginas colorido com extensa biografia da banda, entrevistas exclusivas, fotos inéditas e até mesmo um encarte extra em inglês, para o mercado externo. A banda iria se apresentar no RARF 2003, mas inesperadamente cancelou sua apresentação.
A Banda ficou em 1° lugar no tópico Melhor Relançamento,
do site Rock Progressivo Brasil.


Músicos:

João Carlos Kurk - vocal, flauta e percussão
Mozart de Mello - guitarra
Ronaldo Lazzarini - teclados
Ascenção - baixo
Joaquim - bateria e percussão

Discografia:

1975 - Terreno Baldio;
1977 - Além das Lendas Brasileiras;
1993 - Terreno Baldio (versão em inglês);
2003 - Pirata;

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"MUTANTES"


Uma das mais importantes bandas do rock nacional, o Mutantes é reconhecido até hoje, não só por nós brasileiros, mas por grandes artistas em todo o mundo, pela sua criatividade, ousadia e por ter a coragem de ser vanguarda numa época retrógrada.
Surgido em São Paulo, no ano de 1966, o grupo firmou-se com Arnaldo Dias Batista (piano/baixo), Sérgio Dias Batista (guitarra/violão) e Rita Lee (flauta/harpa), depois de muitas mudanças de nome e de integrantes.
Após se apresentarem em alguns programas de televisão, acompanharam Gilberto Gil no Terceiro Festival da Record, com a música “Domingo no Parque”. Ganharam destaque e um contrato com a Polydor, que lançou a maioria dos álbuns do grupo, incluindo o de estréia, “Os Mutantes”, que já trazia dois dos maiores ‘hits’: “Panis Et Circenses” e “Batmacumba”.
Em 1969, chega o segundo trabalho, “Mutantes”. Os grandes destaques desse disco foram “Dom Quixote” e “2001”, escrita em parceria com Tom Zé. Se apresentaram em Cannes e em Lisboa, e na volta montaram o show “O Planeta dos Mutantes”.

Aumentaram o ‘line up’ com a entrada definitiva do baterista Dinho e do baixista Liminha e, em 1970, participaram do V FIC, Festival Internacional da Canção, com a faixa “Ando Meio Desligado”, regravada pelos mineiros do Pato Fu. Essa música fez parte do álbum “A Divina Comédia” e eles ainda gravaram “Technicolor”.
No ano seguinte, “Jardim Elétrico” apresentava ao público o ‘hit’ “Top Top”, que ganhou uma versão acústica da cantora Cássia Eller em 2001. O maior sucesso da carreira do Mutantes, no entanto, viria só em 1972 com o álbum “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”, com a faixa “Balada do Louco”.

Logo em seguida, Rita Lee anunciou a sua saída do grupo e passou a se dedicar inteiramente à sua carreira solo. A cantora gravou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, que contava com a participação de todos os ex-companheiros e, por esse motivo, alguns ainda o consideram como um disco do Mutantes.

Entraram em estúdio em 1973 para as gravações de “O A e o Z”. O material não agradou a gravadora, que não lançou o disco e demitiu a banda. Sem contrato e enfrentando diversos problemas com as drogas, Arnaldo decidiu que era a sua vez de abandonar o barco e partiu em carreira solo. Dinho e Liminha seguiram o mesmo rumo.

Diante de uma situação totalmente inédita, Sérgio Dias foi obrigado a reformular toda a estrutura da banda. Chamou Tulio Mourão para os teclados, o baterista Rui Mota e o baixista Antônio Pedro Medeiros para integrarem o time. Conseguiu um contrato com a Som Livre e, com essa formação, fizeram “Tudo Foi Feito Pelo Sol”, em 1975.

Apesar do disco, os problemas e discussões estavam longe de terminar, e logo após esse lançamento, Túlio e Antônio foram substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro. Em 1977 soltaram “Mutantes ao Vivo”, que não agradou nem os fãs, nem a crítica e nem os próprios Mutantes. Após esse fracasso e mais alguns desentendimentos, finalmente o grupo encerrou suas atividades.

Apesar das inúmeras tentativas, Sérgio Dias não conseguiu dar continuidade ao Mutantes sem o irmão Arnaldo, que recusou solenemente todos os pedidos para que voltassem a tocar juntos.
Em 1992, finalmente foi lançado o até então inédito “O A e o Z” e em 1999, “Technicolor” foi reeditado pela Universal Music.
Mutantes é uma banda que marcará para sempre a história do rock e, por isso, recebeu homenagens, teve seus discos relançados e ainda garante a
oportunidade de novos shows.


"SECOS & MOLHADOS"



Site Oficial Da banda :www.secosemolhados.com

No início dos anos 70, o Brasil parou diante da
banda mais revolucionária e intrigante dos
últimos tempos: SECOS & MOLHADOS.
Milhões de cópias foram vendidas. Jovens,
velhos e crianças cantavam suas músicas e
queriam desvendar este fenômeno.
Sua primeira apresentação aconteceu em maio
de 1971, no "cavern club" do Bixiga, Kurtisso
Negro. No palco, João Ricardo estava
acompanhado por dois amigos: Fred e Antônio
Carlos, mais conhecido como Pitoco. Os três
faziam um som completamente estranho à
época, pela união entre uma viola de dez
cordas, um violão de doze, uma gaita e um
bongô. Por causa disso muitas pessoas foram
conhecer o grupo, entre elas Luli, cantora e
compositora, com quem João Ricardo fez
alguns dos maiores sucessos já gravados.
Em julho de 1971, Fred e Pitoco resolvem seguir
carreira solo, embora a banda tivesse sido
convidada por Solano Ribeiro, à época produtor
de discos e de programas de televisão, para
gravar o primeiro disco no selo da Rede Globo,
Som Livre. João Ricardo não aceita e passa a
procurar um vocalista. Por indicação de Luli, vai
ao Rio de Janeiro conhecer Ney de Souza
Pereira, futuro Matogrosso.
Em agosto do mesmo ano Ney muda-se para
São Paulo e começam os ensaios do repertório
que viria a figurar no primeiro LP dos Secos &
Molhados. Curiosamente, a primeira gravação
seria a música "Vôo" para a peça de teatro sob
a direção de Antunes Filho, que faria parte do
segundo álbum anos depois.
Na realidade, apenas os dois começaram a
ensaiar com a participação na platéia de um
vizinho, que tocava eventualmente, chamado
Gerson Conrradi, depois Conrad, incorporado
mais por uma necessidade estética e uma
canção genial. Duraram um ano os ensaios até
que eles tocassem em público, no teatro do
Meio do Ruth Escobar, que virou um misto de
bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e
Tédio". O sucesso foi enorme, atraindo
centenas de pessoas, inclusive o futuro
empresário e um convite para gravar o primeiro LP.
No dia 23 de maio de 1973 entram no estúdio
"Prova" para gravar em sessões de seis horas
ao dia, por quinze dias, em quatro canais.
Nada muito tecnologicamente excepcional, mas
que venderia 300 mil cópias em apenas dois
meses, quando a média dos artistas daquele
tempo, era de 30 mil.
A partir daí, os Secos & Molhados tornam-se o
maior fenômeno da música popular brasileira,
batendo todos os recordes de vendagens de
discos até então. Em fevereiro de 1974 depois
de uma temporada vitoriosa de um mês no
teatro Teresa Raquel no Rio de Janeiro, a banda
resolve despedir-se da cidade para uma tournée
nacional, fazendo um show no Maracanãzinho
que bateu todos os índices de público do local.
Em agosto do mesmo ano sai o segundo disco
dos Secos e há uma nova reciclagem nos
integrantes da banda. João Ricardo aceita o
convite para gravar discos solo.
O primeiro em 1975 chamado JOÃO RICARDO;
o segundo em 1976 chamado DA BOCA PRA
FORA, e o terceiro, este em 1979 chamado
MUSICAR. Em dezembro de 1977 entra
novamente em estúdio para gravar o terceiro
disco dos Secos & Molhados com Lili
Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João
Ascensão. O lançamento foi em maio de 1978 e
com ele surge nas paradas mais um sucesso
do grupo "Que Fim Levaram Todas as Flores?",
música mais executada naquele ano.
Dois anos depois, em agosto de 1980, junto
com os irmãos Lempé - César e Roberto - lança
o quinto disco e resolve viajar para Portugal,
com a firme intenção de parar por um bom
tempo. Anos depois faz música através de seu
selo independente e shows eventuais.
A quinta formação dos Secos nasce no dia 30
de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil,
num show espetacular no Palace. Em maio do
ano seguinte sai o álbum "A VOLTA DO GATO
PRETO" e shows até meados dos anos noventa.
Em 1999, João Ricardo volta aonde tudo
começou. "TEATRO?" mostra definitivamente a
marca do criador dos Secos & Molhados. Com
poemas marcantes, João Ricardo conta
histórias, fala sobre filosofia, recorda pessoas,
enfim, mostra a maneira com que um artísta vê
e entende o mundo.



"BOCA LIVRE"


Boca Livre é um grupo musical brasileiro de MPB, cujo primeiro disco foi lançado independentemente em 1979.
Com seu estilo refinado, o Boca Livre se destaca por suas composições e também pelas versões de músicas de outros compositores. Seus arranjos instrumentais e, principalmente, vocais fogem da métrica convencional utilizada por outros grupos,
através do uso de acordes vocais dissonantes e revezamentos nos solos.
O grupo foi criado por David Tygel e Maurício Maestro. Zé Renato até então cantava no grupo Cantares e foi chamado por David Tygel
para integrar o Boca Livre. Aquele chamou então Cláudio Nucci que saiu logo após o lançamento do primeiro disco, para seguir
carreira solo.
Zé Renato anunciou sua saída da banda em 2000, retornando em seu lugar Nucci.
Maurício Maestro foi quem batizou o grupo com o nome "Boca Livre".

Integrantes (desde 1980)

Mauro Maestro (contrabaixo, violão, arranjos e voz)
David Tygel (viola e voz)
Lourenço Baeta (flauta, percussão, violão e voz)
Zé Renato (violão e voz)

Discografia

Boca Livre (1979)
Bicicleta (1981)
Folia (1982)
Boca Livre (1983)
Boca Livre em Concerto (1989)
Dançando pelas Sombras (1992)
Songboca (1994)
Americana (1995)
Boca Livre 20 anos (1998)
Boca Livre e 14 Bis (2000)
Nossos Cantos (2001)
Boca Livre ao Vivo - CD / DVD (2007)








"A COR DO SOM"



A Cor do Som é um grupo brasileiro que se criou a partir do séquito de músicos que acompanhavam Moraes Moreira após a sua saída dos Novos Baianos.
O A Cor do Som surgiu em 1977, experimentando novos padrões de som, valendo-se das experiências anteriores dos Novos Baianos, Moraes Moreira e de Pepeu Gomes, sendo um movimento pós-tropicalista. Em seu primeiro disco "A Cor do Som" (WEA 1977), tinha como integrantes Dadi, baixo, Mú Carvalho, composição e teclados, Armandinho, composição e guitarra baiana e Gustavo, bateria. A partir do segundo disco "Live In Montreux", Ary Dias, percussão passa a fazer parte da banda,Misturando rock, ritmos regionais e música clássica, adotaram o nome "A Cor do Som" por sugestão de Caetano Veloso, e logo no seu primeiro ano, foram convidados a participar do Montreux Jazz Festival, na Suíça, tornando-se o primeiro grupo musical brasileiro a participar do evento - vale observar que o show em Montreux rendeu um disco ao vivo.
Em 1985, o grupo se dissolveu, com alguns componentes - como Armandinho e Mu Carvalho - seguindo carreira solo. Em 1996, o grupo juntou-se novamente para gravar o disco "A Cor do Som Ao Vivo no Circo",
recebendo o prêmio Sharp de melhor grupo instrumental.
Em 2005, com a formação original, o grupo apresentou-se no Canecão, no Rio de Janeiro. O show contou com a participação especial de Caetano Veloso, Daniela Mercury, Moraes Moreira, Davi Moraes e o Coral dos Canarinhos de Petrópolis, além dos
músicos Nicolas Krassic (violinno), Nivaldo Ornelas (sax soprano), Marcos Nimrichter (acordeom e teclados), Jorge Helder (baixo acústico, violão e baixolão), Jorginho Gomes (bateria e percussão), Marco Túlio (flauta), Francisco Gonçalves oboé),Bernardo
Bessler (violino), Marie Cristine (viola) e Marcio Mallard (cello).
O espetáculo, gravado ao vivo, gerou o CD e DVD "A Cor do Som Acústico", lançado no mesmo ano com produção musical de Sérgio de Carvalho.
Em 2006, foi contemplado com o prêmio Tim de Melhor Grupo, na categoria Canção Popular, pelo CD "A Cor do Som Acústico".

Discografia

1977: A Cor do Som, Warner, LP.
1978: A Cor do Som ao vivo no Montreux International Jazz Festival, Warner, LP.
1979: Frutificar, Warner, LP.
1980: Transe total, Warner, LP.
1981: Mudança de estação, Warner, LP.
1982: Magia tropical, Warner, LP.
1983: As quatro fases do amor, Warner, LP.
1984: Intuição, Warner, LP.
1985: O som da Cor, Warner, LP.
1986: Gosto do Prazer, RCA Victor, Lp
1996: A Cor do Som ao vivo no Circo, MoviePlay, CD.
2005: A Cor do Som Acústico, Performance/Sony, CD e DVD

"PHOLHAS"


Pholhas é uma banda de rock brasileira, da cidade de São Paulo.
A banda foi criada em 1969 com a seguinte formação: Helio Santisteban (teclado), Paulo Fernandes (bateria), Oswaldo Malagutti (baixo) e Wagner "Bitão" Benatti (guitarra), com os quatro se revezando nos vocais. Começaram fazendo covers de bandas dos EUA e Inglaterra e passaram a compor também em inglês.
Seu primeiro LP, "Dead Faces", lançado em 1972 pela RCA, continha apenas canções em inglês. Um compacto simples extraído desse álbum, com a música "My first girl", chegou ao primeiro lugar das paradas, vendendo 400 mil cópias em apenas três meses. Em seguida, outras canções foram lançadas em compactos, como "She Made Me Cry", "I Never Did Before" e "Forever", todas atingindo vendagem superior a 300 mil cópias. Em 1975, o álbum de estréia foi lançado no mercado hispânico com o título de "Hojas", dando ao grupo mais um Disco de Ouro.
Em 1977 o grupo mudou de orientação, lançando o LP "O Som das Discotheques", com covers dos principais sucessos do gênero, e chegando a 150 mil cópias vendidas.
Logo em seguida, Hélio Santisteban resolveu seguir carreira solo e em seu lugar entrou Marinho Testoni, ex-Casa das Máquinas. Isso levou a outra mudança no grupo, que lançou um disco de rock progressivo, e pela primeira vez com letras em português. O disco vendeu bem menos que os anteriores, mas tornou-se cult para um segmento de público.
Em 1978, foi Oswaldo Malagutti quem deixou a banda, sendo substituído pelo baixista João Alberto, também ex-"Casa das Máquinas". Malagutti criou com Santisteban o Estúdio MOSH (acrônimo de seus nomes) e até hoje trabalha com produção e masterização de CDs e DVDs musicais.
Em 1980 Hélio Santisteban retornou ao grupo, que retomou a tradição de cantar e compor em inglês, lançando então o LP "Memories". Poucos meses depois, com a saída de Marinho, o Pholhas chegou á sua formação atual: Bitão (guitarra), Paulo Fernandes (bateria), Hélio Santisteban (teclados) e João Alberto (baixo).
Ainda na estrada depois de 41 anos, o Pholhas continua apresentando espetáculos em todo o Brasil, com recriações de sucessos do rock inglês e norte-americano, especialmente de Bee Gees, Creedence Clearwater Revival, Elvis Presley, Rolling Stones e Beatles.

Discografia

2003: "70's Greatest Hits" (Sony/BMG)
2000: "Pholhas ao Vivo no Brasil" (Pholhas Records)
1997: "Pholhas Forever, 26 Anos" (Laser)
1996: "Pholhas, 25 Anos" (antologia, Laser)
1988: "Côrte sem Lei" (Lupsom)
1987: "The Night Before" (Lupsom)
1985: "Wings" (Lupsom)
1982: "Pholhas" (RCA)
1981: "Disco de Ouro, vol 2" (antologia, RCA)
1980: "Memories" (RCA)
1978: "O Som das Discoteques" (RCA)
1977: "Pholhas" (RCA)
1977: "Disco de Ouro" (antologia, RCA)
1975: "Pholhas" (RCA)
1975: "Hojas (RCA, para o mercado hispânico)
1974: "Forever" (RCA)
1972: "Dead Faces" (RCA)


"AI-5"


AI-5 foi uma das primeiras bandas de punk rock brasileiras,
formada em São Paulo em 1978.
Tendo como principal integrante o baixista "Sid" Valson, o AI-5 era o punk rock em seu estado musical crú, estético e debochado, pois além de estarem na última moda européia em termos de visual punk, sua música estava inserida na nova proposta musical, que era muito diferente das bandas punks brasileiras da época. Isso ocorreu pelo fato de Sid trabalhar na Wop Bop Discos, a primeira loja brasileira a importar disco de bandas punks européias, o que fazia com que ele estivesse em sintonia com a música punk feita por lá.

O nome AI-5 remetia ao famigerado Ato Institucional Nº 5, criado pela ditadura militar e que consistia principalmente de uma medida para calar os detratores do sistema vigente. Esse nome era pesado demais para a situação do país na época, e mesmo não sendo uma banda com propostas políticas de qualquer espécie, só pelo fato de estarem usando esse nome poderiam sofrer, a qualquer momento, alguma represália do governo militar.
Participou, junto com a banda Restos de Nada, do primeiro show de punk rock em São Paulo, num porão de uma padaria abandonada, no Jardim Colorado, zona leste da capital, promovido por Kid Vinil, na época radialista da rádio Excelsior.
A música mais conhecida da banda era "John Travolta", que criticava os novos ídolos pop que apareciam a mídia como John Travolta e Rita Lee. Era o tempo da disco music, com suas discotecas ditando a moda da época e também de uma MPB que se tornava mais pop e descompromissada, ao invés do engajamento político de anos anteriores, e a música fazia uma sátira sobre a massificação feita pela mídia sobre esses estilos musicais.
A banda acabou em 1979, e apesar da curta duração e de não haver um registro fonográfico de boa qualidade, "John Travolta" se tornou um hino cult do começo do punk no Brasil, sendo gravada em 1995 pela banda Ratos de Porão no seu álbum Feijoada Acidente? e fazendo parte da trilha sonora do documentário Botinada: a Origem do Punk no Brasil de 2006.

"MOTO PERPÉTUO"


Moto Perpétuo foi uma banda brasileira de rock progressivo dos anos 1970. Participaram da banda o cantor e compositor Guilherme Arantes (piano e vocais), Egydio Conde (guitarra solo e vocais), Diogenes Burani (percussão e vocais),
Gerson Tatini (contra-baixo e vocais) e Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocais).

A banda foi formada em 1973, quando Guilherme Arantes e Cláudio Lucci se conheceram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Logo convidaram Diógenes Burani, velho amigo de Arantes, e em seguida Gerson Tatini e Egydio Conde.
A banda contou com o apoio do empresário Moracy do Val, que havia acabado de lançar o grupo Secos e Molhados, sucesso absoluto na época.
O Moto Perpétuo lançou, em 1974, um álbum homônimo pela gravadora Continental, notadamente influenciado pelo Clube da Esquina e por famosas bandas de rock progressivo como o Genesis e Yes - influências estas que, entre outras, se fariam sentir na primeira fase da carreira solo de Guilherme Arantes.
Este álbum foi remasterizado e já pode ser encontrado em CD, graças ao trabalho de Charles Gavin, dos Titãs.

Em 1975, Guilherme Arantes segue para sua bem sucedida carreira solo, estourando nacionalmente em 1976 com o sucesso de "Meu Mundo e Nada Mais", trilha sonora da novela Anjo Mau da Rede Globo. O guitarrista Egydio Conde, por sua vez, foi integrar a banda "Som Nosso de Cada Dia".
No entanto, as atividades do grupo não se encerrariam em 1975, já que, em 1981, três dos membros do Moto Perpétuo - Cláudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani - voltariam a se reunir, desta vez para gravar o álbum São Quixote.
A banda foi completada pela vocalista e violonista Monica Marsola. Houve ainda a participação especial de Guilherme Arantes tocando moog e piano em cinco faixas do LP, gravado pelo selo independente Lira Paulistana.

Discografia

1974 - Moto Perpétuo
1981 - São Quixote

"O TERÇO"


O Terço é uma banda brasileira formada no Rio de Janeiro em 1968
por Jorge Amiden (guitarra), Sérgio Hinds (baixo) e
Vinícius Cantuária (bateria). A banda começou tocando rock clássico,
mas logo tendeu ao rock progressivo e ao rock rural e MPB caracterizando o
som e a diversidade musical da banda.
Segundo o guitarrista Sérgio Hinds (único membro presente em todas as formações da banda), a palavra terço foi escolhida como nome da banda porque é uma medida fracionária que corresponde a três ou a "terça parte de alguma coisa", como num rosário. O Terço caiu como uma luva devido a primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra, baixo, bateria). Inicialmente, o nome escolhido tinha sido "Santíssima Trindade", mas para evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado "O Terço".

O Terço originou-se basicamente de dois grupos, o Joint Stock Co. (que integrava Jorge Amiden, Vinícius Cantuária, Cezar de Mercês e Sérgio Magrão) e Hot Dogs
(que integrava Sérgio Hinds). Todos eles viriam a fazer parte da banda em diversas ocasiões. O Terço surgiu no final da década de 1960 e a primeira formação foi: Sérgio Hinds no baixo, Jorge Amiden na guitarra e Vinícius Cantuária na bateria. Esta formação gravou o seu primeiro LP em 1970, com uma mistura de rock 50,
folk e música clássica.
O Terço nesta época tocava em diversos festivais. Com a canção "Velhas Histórias", composta por Renato Côrrea e Guarabyra, o grupo ganhou o Festival de Juiz de Fora. Em um festival universitário, a banda ficou em 2º lugar defendendo a música "Espaço Branco" de Vermelho e Flávio Venturini (que mais tarde viria a integrar o grupo). A banda também classificou as músicas "Tributo ao Sorriso" (3º lugar) e "O Visitante"
(4º lugar), em duas edições do Festival Internacional da Canção (FIC),
o que levou a banda a se tornar o grupo revelação pela mídia especializada, com destaque para o vocal trabalhado em falsete, que era uma das características da banda e que encantava o público.
Sérgio Hinds havia se afastado do grupo para tocar com Ivan Lins. Foi então que Jorge Amiden chamou Cezar de Mercês para integrar o grupo como baixista. Sérgio Hinds voltou logo depois para completar o quarteto. Com inovação e criatividade,
em parceria com Guarabyra, o grupo criou o violoncelo elétrico (tocado por Sérgio Hinds) e a guitarra de três braços (apelidada de "tritarra", tocada por Jorge Amiden). Foi assim que O Terço lançou um belo compacto duplo com 5 músicas, entre elas, um tema de Bach, que mostrava bem a influência clássica da banda.
Logo depois, Jorge Amiden que até então era a principal mente criadora de O Terço, se desentende com o grupo e o deixa. Em acordo entre os outros três integrantes, Sérgio Hinds registrou o nome "O Terço" para que Jorge Amiden não o fizesse. Após a saída do grupo em 1972, Amiden criou um novo grupo chamado Karma, junto com os músicos Luiz Mendes Junior (violão) e Alen Terra (baixo). O Karma gravou um belo disco ainda neste ano e depois se desfez.
O Terço passou então a ser Sérgio Hinds (guitarra), Cezar de Mercês (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria). Ainda em meados de 1972, O Terço participou da gravação do disco "Vento Sul" de Marcos Valle. Também participaram em algumas faixas o trio "Paulo, Claudio e Maurício", formado pelos irmãos gêmeos Paulo e Claudio Guimarães (flauta e guitarra) e pelo arranjador Maurício Maestro, além do guitarrista Frederiko (Fredera), ex-Som Imaginário. O Terço junto com Marcos Valle fizeram uma turnê por todo país e tocaram no Festival do Midem em Cannes, na França.
Influênciados pelo rock progressivo inglês, O Terço mudou a sua sonoridade e em 1972 lançou um compacto mais pesado com as músicas "Ilusão de Ótica" e "Tempo é Vento". No ano seguinte O Terço lançou o segundo disco (homônimo). No disco o grupo mostra que queria mesmo era tocar rock progressivo. O destaque do disco é a longa suíte chamada "Amanhecer Total" (com 6 temas), composto pelos três integrantes e que conta com a participação de Luiz Paulo Simas nos teclados sintetizadores (Módulo 1000), Patrícia do Valle com a voz na introdução do tema "Cores", Chico Batera na percussão e Maran Schagen encerrando o tema "Cores Finais" no piano. O músico Paulo Moura também participou do disco, tocando saxofone alto na música "Você aí".

Após a gravação do segundo disco, Vinícius Cantuária deixou a banda para tocar com Caetano Veloso. Entraram na banda Sérgio Magrão (baixo) e Luiz Moreno (bateria)
para tocar junto com Sérgio Hinds (guitarra) e Cezar de Mercês (guitarra base).
A aproximação do grupo com Sá e Guarabyra deu um guinada na carreira de O Terço. Na época, eles foram convidados a gravar um disco com a dupla (Nunca, 1974).Esta proximidade com o chamado "rock rural" da dupla influenciou muito a sonoridade da banda em sua fase posterior. Sérgio Hinds pediu a indicação de um tecladista para Milton Nascimento, que indicou Flávio Venturini. Com o novo tecladista, O Terço começou, já em 1974, a gravar o terceiro disco da banda. Cezar de Mercês deixou o grupo, mas continuou como compositor e colaborador da banda.
Em 1975, Sérgio Hinds (guitarra), Sérgio Magrão (baixo), Luiz Moreno (bateria) e Flávio Venturini (teclado e viola), concluíram a gravação de seu terceiro disco, o "Criaturas da Noite". A capa do disco foi elaborada por Antônio e André Peticov e foi chamada de "A Compreensão". O disco começa com o pulsante baixo de Magrão, introdução do simples rock "Hey Amigo", composição de Cezar de Mercês que se tornou um dos maiores clássicos da banda. A influência do rock rural é bastante presente nas faixas "Queimada" e "Jogo das Pedras" (ambas de Flávio Venturini e Cezar de Mercês). A belissíma faixa-título "Criaturas da Noite" (Flávio Venturini / Luiz Carlos Sá), conta com os arranjos de orquestra do maestro Rogério Duprat. O disco traz as instrumentais "Ponto Final" (do baterista Luiz Moreno, que toca piano na introdução da música) e a suíte instrumental "1974", composta por Flávio Venturini e que fecha com chave de ouro como o maior destaque do disco e já foi eleita a melhor música em todas as enquetes feitas pelos fãs do grupo. Visando mercado internacional, a banda gravou o vocal deste disco em inglês e lançou o "Creatures of the Night". O disco Criaturas da Noite é até hoje uma das maiores referências entre os discos de rock progressivo nacional e internacional também.
Alguns o consideram o maior disco deste gênero no país.
Em 1976, o grupo foi morar em uma fazenda, em São Paulo. Lá foi concebido todo o novo disco do grupo, que levou o nome de "Casa Encantada". O disco segue a linha do anterior, com rock progressivo, músicas instrumentais e a influência definitiva do rock rural. O destaque inicial fica por conta do percussionista Luiz Moreno que faz a voz solo das duas primeiras faixas do disco, "Flor de La Noche" e "Luz de Vela" (ambas compostas por Cezar de Mercês). A faixa "Sentinela do Abismo" (Flávio Venturini / Márcio Borges) é uma música solo do tecladista no disco (cantada e tocada apenas por ele) com um arranjo de cordas regido por Rogério Duprat. Cezar de Mercês participou como flautista na belissíma faixa-título "Casa Encantada" (Flávio Venturini / Luiz Carlos Sá). Seguindo a qualidade técnica do disco anterior, este é considerado o melhor disco do grupo depois de "Criaturas da Noite". O disco é encerrado com uma faixa da dupla Sá e Guarabyra, a ruralissíma "Pássaro".
Segundo informações da banda, O Terço seguia fazendo uma média de 200 concertos por ano. O sucesso de público era total, seja em teatros ou casas de eventos. Nessa época foi que ocorreu o lendário concerto em homenagem aos Beatles junto com os Mutantes. Nos concertos, a banda também tocava músicas inéditas que ainda não haviam sido gravadas ainda, como a instrumental "Suíte" (Flávio Venturini) e "Raposa Azul" (Flávio Venturini / Sérgio Hinds).

Em meados de 1977, Flávio Venturini decidiu deixar o grupo para fazer um trabalho junto com Beto Guedes. Cezar de Mercês voltou ao grupo e trouxe com ele o tecladista Sérgio Kaffa. Ainda neste ano, com a nova formação, o grupo lançou um compacto com as músicas "Amigos" e "Barco de Pedra", ambas compostas por Cezar. A sonoridade do grupo se voltou mais para a MPB, mas sem esquecer suas raízes rock-progressivas.
O quinto disco da banda, "Mudança de Tempo", foi lançado 1978. O disco segue praticamente a linha dos dois anteriores, com músicas instrumentais, progressivas, mas sempre com diversidade musical. Só para lembrar, a formação do grupo era Sérgio Hinds (guitarra), Sérgio Magrão (baixo), Luiz Moreno (bateria), Cezar de Mercês (violão e flauta) e Sérgio Kaffa (teclados). Este disco fechou uma trilogia sonora iniciada com o disco "Criaturas da Noite" e o contrato com a gravadora Underground/Copacabana. A progressiva faixa-título "Mudança de Tempo" (Cezar de Mercês) é um dos grandes destaques do disco. Outros destaques do disco são as participações do maestro Rogério Duprat e de Rosa Maria (que canta uma música chamada "Minha Fé", uma canção bem ao estilo gospel norte-americano). Este disco confirma O Terço como um dos grandes nomes do rock da década de 1970 apesar de algumas críticas desfavoráveis.
Nesta época O Terço fez o seu primeiro concerto internacional, no chamado "Concerto Latino-Americano de Rock". Foram três concertos no Brasil (São Paulo no Ibirapuera, Campinas e Belo Horizonte) e dois concertos na Argentina (em Buenos Aires, no Luna Park e em Rosário).

O Terço vinha cumprindo a sua agenda de concertos normalmente. Mas o desgaste com a gravadora e com gravação do último disco e com as críticas foi desgastando o grupo também. Além disso, Sérgio Hinds havia sofrido um acidente o que o impossibilitou de continuar a tocar por um bom tempo. Para a ocasião, a banda contratou Ivo de Carvalho para ocupar a guitarra e terminar os possíveis compromissos. Ainda em 1978, o maior grupo de rock progressivo dos anos 1970 chegou ao fim. Luiz Moreno foi tocar com sua nova banda "Original Orquestra" e depois foi com Elis Regina. Sérgio Hinds e Cezar de Mercês gravaram discos solos no ano de 1979. Sérgio Magrão junto com os irmãos Flávio e Cláudio Venturini, Vermelho e Hely Rodrigues decolaram com a nova banda 14 Bis.

Em 1982, Sérgio Hinds reatou O Terço com Ruriá Duprat (teclados), Zé Português (baixo) e Franklin Paolillo (bateria), lançando o disco "Som Mais Puro". O disco contou com a participação de Vinícius Cantuária, tocando e compondo em parceria com Hinds algumas faixas do disco. A banda gravou neste disco uma versão mais compacta da música instrumental "Suíte", composta por Flávio Venturini que o grupo costumava tocar nos concertos mas nunca havia gravado. Depois o grupo teve um novo recesso. Sérgio Hinds lançou seu segundo disco solo, intitulado "Mar", no ano de 1986. Na década de 1990 Sérgio Hinds reuniu o grupo periodicamente, com formações diversas, para a gravação de novos trabalhos.
Por volta de 2001, Flávio Venturini fez um concerto no DirecTV Hall em São Paulo e convidou nada mais nada menos que seus velhos companheiros dos anos dourados de O Terço. O público pôde ver (ou rever) Sérgio Hinds, Cezar de Mercês, Sérgio Magrão e Luiz Moreno novamente juntos no palco e tocando as músicas do grupo nos anos 1970. O Terço, ao menos por um breve período de tempo, estava reunido novamente. A partir daí, os músicos sentiram novamente a mesma química e a emoção daquela época e resolveram armar um retorno "definitivo". Começaram então os ensaios para o retorno do grupo. A idéia era a gravação de um disco ao vivo com algumas faixas inéditas. Porém um acontecimento interromperia os planos da banda: o baterista Luiz Moreno sofreu uma parada cardíaca e faleceu, levando o grupo a desistir temporariamente da idéia do retorno. Com o apoio da esposa de Moreno, Irinéa Ribeiro, o grupo resolve continuar o projeto. O trio Sérgio Hinds, Flávio Venturini e Sérgio Magrão, junto com o baterista Sérgio Mello resolvem seguir em frente. Em 2005, enfim, o grupo marca as datas dos 3 concertos (no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). O primeiro foi dia 4 de maio no Canecão (RJ), onde foi gravado o DVD do grupo também. Nesta noite o grupo tocou quase todas as músicas dos discos "Criaturas da Noite"
(75) e "Casa Encantada" (76), além de "Tributo ao Sorriso" (70), "Suíte" (75) e "P.S. Apareça" (96), e o concerto contou com as ilustres participações de Marcus Vianna, Ruriá Duprat, Irinéa Ribeiro e o quarteto de cordas Uirapurú. Na ocasião, foi lançado um CD de um concerto que O Terço fez em 1976, no Teatro João Caetano (Rio de Janeiro). Em 2007, o CD e DVD foram enfim lançados.
O Terço continua fazendo concertos periodicamente em 2008 para divulgação do DVD e promete ainda lançar um disco de estúdio com músicas inéditas, sem previsão para gravação e lançamento.
Irinéa Ribeiro, viúva do baterista Luiz Moreno, está escrevendo um livro sobre a fase de O Terço em que seu marido tocou na banda.

Discografia

Compactos

Velhas Histórias (1970)
Tributo ao Sorriso (1970)
O Têrço (compacto duplo) (1971)
Adormeceu / Vou Trabalhar (1971)
Ilusão de Óptica / Tempo É Vento (1972)
Criaturas da Noite (compacto duplo) (1975)
Hey Amigo / Pano de Fundo (1975)
Shining Days, Summer Nights / Fields on Fire (1976)
Amigos / Barco de Pedra (1977)

Álbuns de estúdio

O Terço (1970)
Terço (1973)
Criaturas da Noite (1975)
Creatures of the Night (em inglês) (1976)
Casa Encantada (1976)
Mudança de Tempo (1978)
Som Mais Puro (1983)
O Terço (1990)
Time Travellers (em inglês) (1992)
Compositores (1996)
Spiral Words (em inglês) (1998)
Tributo a Raul Seixas (1999)

Álbuns ao vivo

Live at Palace (1994)
Ao Vivo no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro (gravado em 1976) (2005)
Ao Vivo (gravado em 2005) (2007)

Participações em discos

Vento Sul (Marcos Valle) (1972)
Nunca (Sá e Guarabyra) (1974)

Integrantes Formação atual

Sérgio Hinds - guitarra, viola e vocal
Flávio Venturini - teclado, viola e vocal
Sérgio Magrão - baixo e vocal
Sérgio Melo - bateria

Ex-integrantes

Jorge Amiden (1968 a 1972) - guitarra e vocal
Cezar de Mercês (1970 a 1974, 1977 a 1978) - baixo, violão, flauta e vocal
Vinícius Cantuária (1968 a 1973) - bateria e vocal
Luiz Moreno (1974 a 1978, 2001 a 2002) - bateria, percussão e vocal
Sérgio Kaffa (1977 a 1978) - teclados, baixo
Ivo de Carvalho (1978) - guitarra
Ruriá Duprat (1982) - teclados
Zé Português (1982) - baixo
Franklin Paolillo (1982, 1992 a 1995) - bateria
Flávio Pimenta (1990) - bateria
Geraldo Vieira (1990) - baixo
Luiz De Boni (1992 a 1996) - teclados
Andrei Ivanovic (1992 a 1995) - baixo
Fernando Fernandes (1996) - baixo e vocal
Beto Correa (1998 a 2000) - teclados
Max Robert (1998 a 2000) - baixo
Edú Araújo (1998 a 1999) - guitarra e vocal
Daniel Baeder (1998) - bateria
André Gonzales (1999 a 2000) - bateria
Igor de Bruyn (2000) - guitarra

Formações

1968 a 1970: Sérgio Hinds (baixo e vocal),
Vinícius Cantuária (bateria e vocal),
Jorge Amiden (guitarra e vocal).

1971 a 1972: Sérgio Hinds (violoncelo elétrico e vocal),
Vinícius Cantuária (bateria e vocal),
Jorge Amiden (guitarra de três braços e vocal),
Cezar de Mercês (baixo e vocal).

1972 a 1973: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Vinícius Cantuária (bateria e vocal),
Cezar de Mercês (baixo e vocal)
1973 a 1974: Sérgio Hinds (guitarra solo e vocal),
Sérgio Magrão (baixo e vocal),
Luiz Moreno (bateria e vocal),
Cezar de Mercês (guitarra base e vocal)

1974 a 1976: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Sérgio Magrão (baixo e vocal),
Luiz Moreno (bateria e vocal),
Flávio Venturini (teclado e vocal)

1977 a 1978: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Sérgio Magrão (baixo, percussão e vocal),
Luiz Moreno (bateria e vocal),
Cezar de Mercês (violão, guitarra, flauta e vocal),
Sérgio Kaffa (teclados, baixo)

1978: Sérgio Magrão (baixo, percussão e vocal),
Luiz Moreno (bateria e vocal),
Cezar de Mercês (violão, guitarra, flauta e vocal),
Sérgio Kaffa (teclados, baixo),
Ivo de Alencar (guitarra e vocal)

1982: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Franklin Paolillo (bateria),
Ruriá Duprat (teclados e vocal),
Zé Português (baixo)

1990: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Flávio Pimenta (bateria),
Geraldo Vieira (baixo)

1992 a 1995: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Luiz De Boni (teclados),
Franklin Paolillo (bateria),
Andrei Ivanovic (baixo)

1996: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Luiz De Boni (teclados),
Fernando Fernandes (baixo)

1998: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Beto Correa (teclados),
Max Robert (baixo),
Edú Araújo (guitarra e vocal),
Daniel Baeder (bateria)

1999: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Beto Correa (teclados),
Max Robert (baixo),
Edú Araújo (guitarra e vocal),
André Gonzales (bateria)

2000: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Beto Correa (teclados),
Max Robert (baixo),
André Gonzales (bateria),
Igor de Bruyn (guitarra e vocal)

2001 até a presente data: Sérgio Hinds (guitarra e vocal),
Sérgio Magrão (baixo e vocal),
Flávio Venturini (teclados e vocal)

"ALMÔNDEGAS"


Almôndegas foi um grupo de rock da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.
Formado por, como estampava na contra-capa do primeiro LP: "cinco rapazes gaúchos universitários" em 1974. Neste mesmo ano realizam sua primeira gravação, a música "Testamento", com letra do amigo e apresentador, hoje prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, que passa a ser a trilha sonora do seu programa, Opinião Jovem, na rádio Continental 1120 AM. Gravam o primeiro LP, homônimo, em 1975, culminando com Circo de Marionetes, em 1978. O grupo se desfaz no ano seguinte.
A composição "Canção da Meia-noite", do disco "Aqui", de 1975, foi incluída na trilha sonora da novela Saramandaia, da Rede Globo.

Mesmo iniciando sua carreira no circuito universitário e sendo lançados junto com as sementes do que seria o Rock do Sul, o grupo nunca negou as raízes Rio-grandenses, tanto que participaram, em 1975, da quinta "Califórnia da Canção Nativa", com a música "Piquete do Caveira". Seus componentes mais famosos foram os irmãos Kleiton e Kledir Ramil.
Seus dois últimos LP's foram reeditados em CD, pela Gravadora Universal: Alhos com Bugalhos e Circo de Marionetes.

Discografia

Almôndegas (1975)
Aqui (1975)
Gaudêncio Sete Luas (coletânea dos anteriores - 1977)
Alhos com Bugalhos (1977)
Circo de Marionetes (1978)

"A BOLHA"


A Bolha é uma banda de rock brasileira constituída em 1965 como The Bubbles.

Histórico

Criada pelos irmãos César e Renato Ladeira, que no início tocavam apenas covers,
em 1966 lançam seu primeiro compacto, The Bubbles, composto de duas versões de hits das bandas The Rolling Stones (Inglaterra) e Los Shakers (Uruguai).
Em 1970, após acompanhar Gal Costa em apresentações em Portugal, passaram pelo Festival da Ilha de Wight, onde foram espectadores e decidiram reformular a banda, mudando seu nome para A Bolha.

Em 1971 veio o compacto Sem Nada, com participação de Geraldo Carneiro (já havia trabalhado com Egberto Gismonti, Tom Jobim entre outros). O primeiro LP Um Passo à Frente foi gravado em 1973 e o segundo É Proibido Fumar em 1977.
O guitarrista Renato Fronzi Ladeira foi o único componente a fazer parte das diversas formações da banda.
Vários componentes de "A Bolha" tocaram com músicos famosos da MPB,
como Gal Costa, Erasmo Carlos, Caetano Veloso e Raul Seixas. Além disso outros grupos surgiram a partir da desfragmentação, como A Cor do Som, Herva Doce,
A Outra Banda da Terra (que acompanhou Caetano Veloso) e Hanói-Hanói, entre outros.

Formações The Bubbles (1966):

César e Renato Ladeira (guitarra e teclados),
Lincoln Bittencourt (baixo) Ricardo (bateria).

A Bolha (1970):

Renato Ladeira (teclados),
Pedro Lima (guitarra),
Arnaldo Brandão (baixo)
Gustavo Schroeter (bateria).

A Bolha (2005):

Arnaldo Brandão (baixo),
Pedro Lima (guitarra),
Renato Ladeira (teclados) e
Gustavo Schroeter (bateria).

Discografia

The Bubbles (1966, Music Disc, compacto)

Lado A: Não Vou Cortar o Cabelo ("Break It All")
Lado B: Por que Sou Tão Feio ("Get Out of My Cloud")

A Bolha (1971, Top Tape, compacto)

Lado A: Sem Nada/18:30
Lado B: Os Hemadecons Cantavam em Coro Chóóóóóóó

Um passo à frente (1973, LP)

01 – Um Passo à Frente
02 – Razão de Existir
03 – Bye My Friend
04 – Epitáfio
05 – Tempos Constantes
06 – A Esfera
07 – Neste Rock Forever

É proibido fumar (1977, LP)

01 – Deixe Tudo de Lado
02 – Difícil é Ser Fiel
03 – É Proibido Fumar
04 – Estações
05 – Sai do Ar
06 – Consideração
07 – Torta de Maçã
08 – Luzes da Cidade
09 – Clímax
10 – Vem Quente Que Eu Estou Fervendo
11 – Talão de Cheques

É so curtir (2007, CD)

01 – É Só Curtir
02 – Não Sei
03 – Cinema Olimpia
04 – Sem Nada
05 – Sub Entendido
06 – Não Pare na Pista
07 – Matermatéria
08 – Cecília
09 – Você Me Acende ( You Turn Me On) - Part. Esp.: Erasmo Carlos
10 – Rosas
11 – Desligaram os Meus Controles

Trilhas sonoras

Salário Mínimo, filme de 1970, onde a banda aparece tocando na abertura.
1972, filme de 2006, onde a banda toca as faixas 1
(É Só Curtir) e 15 (Sem Nada).

Trívia

A mãe de César e Renato Fronzi Ladeira, a atriz Renata Fronzi,
é a estrela do filme Salário Mínimo.

"TUTTI FRUTTI"


Tutti Frutti foi uma banda brasileira de rock, formada no início dos anos 70 por músicos do bairro da Pompéia, em São Paulo. Entre 1973 e 1978, liderada pelo guitarrista Luis Sérgio Carlini, a banda foi o grupo de apoio de Rita Lee, após a saída da cantora dos Mutantes, e com ela gravaram várias músicas de sucesso nacional, tornando-se um dos grandes nomes do rock brasileiro, junto a bandas como Made in Brazil, O Terço, A Bolha, Bixo da Seda, Casa das Máquinas,
entre outras da época.
Tudo começou em 1971, quando três músicos de origem italiana e amigos do bairro da Pompéia, na capital paulista, o guitarrista Luís Sérgio Carlini, o baixista Lee Marcucci e o baterista Emilson Colantonio formaram uma banda chamada Coqueiro Verde. Depois de alguns shows em casa noturnas, e por causa do clima de 'piração' lisérgica da época, a banda trocaria seu nome em 1973 para Lisergia.

Tocando na noite paulista, e com Carlini já sendo notado pela sua qualidade na guitarra solo, acabaram sendo vistos por Rita Lee, que recém havia deixado Os Mutantes, que os convidou para serem a banda de apoio dela. Com novo nome, Tutti Frutti, os músicos juntaram-se à Rita e sua parceira Lúcia Turnbull, para o que viria a ser o grupo de rock - Rita Lee & Tutti Frutti - de maior sucesso do rock brasileiro antes da explosão do Rock Brasil da década seguinte.

Tutti-Frutti

Com a saída de Turnbull no ano seguinte, a substituição de Colantonio na bateria por Franklin Paolino, a entrada de Paulo Mauricio nos teclados e a troca de gravadora de Rita, da Phillips para a Som Livre, a banda gravou com ela alguns de seus maiores maiores, como Bandido Corazón, Mamãe Natureza, Miss Brasil 2000, Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roquenrou e Ovelha Negra, do disco Fruto Proibido, disco considerado obra-prima de Rita - e que a edição brasileira da revista Rolling Stone considera o 16º melhor disco brasileiro de todos os tempos em qualquer gênero- cujo solo final de Carlini é a marca registrada da música até os dias de hoje,

Sem Rita Lee

Em 1978, já com Roberto de Carvalho integrando a banda como tecladista, Carlini resolve deixar o grupo, insatisfeito com sua posição secundária na banda - ele era o autor de várias músicas com Rita - e leva consigo o nome, registrado por ele desde 1973, formando então um novo grupo com o mesmo nome, com o vocalista Simbas, ex-Casa das Máquinas, o baixista Walter Balot e o baterista Juba Gugel, enquanto seu parceiro e co-fundador do Tutti Frutti original, Lee Marcucci, continuou com Rita.
A nova banda continuou com shows e um novo disco próprio da gravadora Capitol, que, demorando a ser lançado, graças a uma música censurada e que a banda queria que constasse dele de qualquer maneira, não fez sucesso. A banda terminou no começo dos anos 80.
Há alguns anos, Carlini tem feito pequenos shows e gravações com ex-integrantes do Tutti Frutti, como Marcucci e Franklin Paolilo, ensaiando uma nova volta, ainda não concretizada.

"A CASA DAS MÁQUINAS"


Casa das Máquinas é uma da banda brasileira de rock, fundada na década de 1970.
A banda começou quando José Aroldo Binda (Aroldo) e Luiz Franco Thomaz (Netinho), dois ex-integrantes da banda Os Incríveis, juntaram-se a Carlos Roberto Piazzoli conhecido como Pisca , Carlos Geraldo Carge, ex-integrante da banda Som Beat, que tocava baixo e guitarra, e Pique, ex-integrante da banda de Roberto Carlos que tocava órgão, piano, saxofone e flauta. No começo ficaram conhecidos como "os novos Íncríveis", fazendo shows por todo o Brasil. Seu repertório incluia músicas de Elvis Presley, Paul Anka, Chubby Checker, Neil Sedaka, entre outros. Nas apresentações vestiam figurinos, se maquiavam e davam grandes performaces teatrais no palco.
Em 1974 entraram em estúdio e gravaram seu primeiro LP, intitulado Casa das Máquinas.

Neste primeiro disco a banda seguiu um padrão mais hard rock, que lembrava muito o estilo dos Incríveis. Com a saída de Pique, logo depois da gravação desse disco, a vaga se abriu para um virtuoso tecladista da época, Mario Testoni Jr., que trouxe Marinho Thomaz (bateria), irmão de Netinho. Ambos deram um grande vigor para a banda na época (foram uma das primeiras bandas de rock a usar dois bateristas.
Entraram em estúdio e gravaram Lar de Maravilhas em 1975, onde foi adotado um estilo mais progressivo. Nessa época Netinho conheceu um grande compositor, ainda menor de idade, chamado Catalau, que havia sido descoberto em 1976 por Pisca e Netinho. A primeira letra que fez foi "Rock que se cria". Compõs com a banda dois discos, Lar de Maravilhas (1975) e Casa de Rock (1976). No disco seguinte ocorreram algumas modificações na formação: Carlos Geraldo e Aroldo saíram e o grupo passou a procurar por um vocalista e um baixista. Foi a vez de Simbas assumir os vocais principais; ex-vocalista do Mountry, banda de bailes e shows da época, Simbas trouxe para o grupo sua voz e seu estilo andrógino no palco. Netinho ofereceu o convite para Simbas logo que chegou de uma viagem a Londres, indicado por Caramês (jornalista da revista POP); Simbas ainda teria tido outra oferta de ser vocalista da banda Tutti Frutti, de Rita Lee, porém optou pela proposta de Netinho e ingressou no Casa das Máquinas. Entraram em estúdio e gravaram Casa de Rock, sem baixista; Pisca fez as linhas de baixo e só depois foi convidado João Alberto para assumir o posto de baixista. Nessa mesma época o Casa conseguiu uma apresentação na TV Tupi, que não foi ao ar por causa da censura; Simbas teria vestido roupas chamativas e feito movimentos exóticos, e este teria sido o principal motivo. Mais tarde o vídeo estaria disponibilizado na internet. Agora seria a vez de Marinho Testoni deixar a banda; seu contrato acabou na época e ele recebeu uma boa proposta para integrar o grupo Pholhas. Seguindo o caminho a banda continuou sem tecladista fixo; Pisca, que era o gênio instrumental, tocava teclado em algumas musicas que não precisavam de guitarra, como "Vale verde" e "Mania de ser". Entraram em estúdio e gravaram o videoclipe da música "Casa de Rock" que continha um cenário com máquinas e andaimes, lembrando mesmo o nome da banda, e publicado mais tarde no Fantástico, da TV Globo.Quase no fim da carreira fizeram um show em Santos em 1978 que foi gravado em uma fita cassete e depois pirateado para CD, uma das últimas apresentações do grupo, que depois ficaria parado até dezembro de 2003.

O fim

Casa das Máquinas, enquanto grupo, acabou em 1978, não por um motivo específico, mas por uma conjunção de fatores. Alguns motivos que podem ter causado o fim da banda foram os seguintes:

O mercado fonográfico iniciava o processo de "profissionalização", fechando as portas para aqueles artistas que na época tinham propostas com qualidade, porém que tinham retorno a longo prazo.
A disco music estava crescendo no Brasil, ocupando assim o espaço que antes eram terreno de bandas como o Casa das Máquinas.
A ditadura militar, já em fase de agonia, fazia questão de incomodar ao máximo, bandas como o Casa das Máquinas eram taxados como maconheiros, bichas, arruaceiros e marginais. Utilizavam diversos pretextos para impedir a banda de se apresentarem na TV.
Finalmente, houve o episódio da morte de um cinegrafista da TV Record, depois de uma briga que envolveu alguns membros do grupo. Segundo uma das versões do ocorrido, Simbas, que chegara aos estúdios da Record para se apresentar no programa de Raul Gil em um veículo dirigido por seu irmão, preferiu utilizar-se do portão dos fundos, em vez de entrar pela frente, onde estariam fãs. Enquanto Simbas descarregava seus equipamentos, um motorista de ônibus que encontrou o caminho da saída bloqueado teria começado uma briga, e ao retornar e tentar apartar foi impedido por um câmera da Record, com quem acabou trocando chutes e socos; posteriormente o câmera teria sido internado em um hospital e acabaria falecendo devido a uma perfuração causada por uma fratura de costela. Simbas teve de responder judicialmente, e, apesar de absolvido por homicídio, foi condenado por agressão.
Quando a banda acabou os integrantes tomaram os seguintes rumos: Simbas e Marinho Thomaz receberam o convite de Luiz Carlini para fazerem parte do Tutti Frutti, João Alberto seguiu Marinho Testoni para participar do Pholhas, Pisca permaneceu trabalhando como compositor e arranjador para outros nomes da música brasileira e Netinho retomou em sua antiga banda, Os Incríveis.

A volta

A possibilidade do retorno da banda havia sido estudada há tempos, em dezembro de 2003. Netinho remontou a banda para uma apresentação única em Matão, interior de São Paulo, e a resposta do publico foi melhor que a banda esperava. Nessa formação contaram com Netinho, Marinho Testoni e Marinho Thomaz, e foram chamados Nando Fernandes vocais, Andria Busic (Dr. Sin)no baixo e Sandro Haick na guitarra.

O retorno concretizou-se no final de 2007. A banda prepara um novo álbum para 2008, trinta anos após seu antecessor. Além de canções inéditas dando sequência à carreira, contará com algumas regravações em novos arranjos.

Em janeiro de 2008 foram convidados para tocarem no Festival Psicodália de Carnaval, na Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, com um público de 3000 pessoas e um repertório totalmente inédito. A formação que se apresentou festival em 3 de fevereiro de 2008 contou com Netinho seu irmão Marinho Thomaz, Marinho Testoni, Andria Busic e Faíska

Integrantes

Luiz Franco Thomaz (Netinho) (1972-presente) - bateria e percussão.
Mário Franco Thomaz (Marinho) (1975-presente) - bateria e vocal.
Andria Busic - (2003-presente) - baixo e vocal.
Faíska (2003-presente) - guitarra.
Mário Testoni Jr. (1975-presente) - órgão, teclados e piano

Ex-integrantes

José Aroldo Binda (1972-1976) - violão, guitarra e vocal.
Carlos Roberto Piazzoli (Pisca) (1972-1978) – guitarra, órgão, baixo e violão.
Carlos Geraldo Carge (1972-1976) - baixo e vocal.
Maria José (Simbas) (1977-1978) - vocal
João Alberto (1977-1978) - baixo
Pique (1972-1975) - piano, saxofone, flauta e órgão

Discografia

1974 - Casa das Máquinas
1975 - Lar de Maravilhas
1976 - Casa de Rock
1978 - Ao Vivo em Santos (bootleg)
2000 - Pérolas (coletânea)
2008 - Ensaio 2007 (edição limitada, vendida apenas no Festival Psicodália)

Videografia

Vídeo gravado na TV Tupi cantando "Vou Morar no Ar";
Videoclipe da música "Casa de Rock", gravado para o Fantástico;
Videos gravados no Festival Psicodália, em 2008.