Formada no final de 1977 pelo guitarrista KIM KEHL e o baterista RICARDO "INDIO" CARDOSO,
a banda LÍRIO DE VIDRO colecionou muitas façanhas em uma carreira de apenas dois anos...
Com um som pesado, influenciado pelo BLUES, o PROGRESSIVO e até pelo FUSION,
a banda teve duas formações, gravitando em torno da guitarra estridente de KIM KEHL e a
bateria super-pesada de ÍNDIO, em ROCKS, BALADAS e PEÇAS INSTRUMENTAIS.
Com alguns meses de ensaio, cujo produto ouvimos aqui, a banda já havia realizado
várias apresentações individuais e como grupo de abertura da banda PATRULHA DO ESPAÇO,
incluindo a temporada histórica de shows no teatro PIXINGUINHA em São Paulo e
vários shows ao ar livre e em teatros da região do ABC Paulista.
Em 79, passam à fazer parte da miríade de grupos que excurcionaram com o show "FESTIVAL ROCK & JEANS",
produzido por OSWALDO VECCHIONNE, do MADE IN BRAZIL e LUIZ CARLINI, do TUTTI FRUTTI,
em que viajaram por vários estados do BRASIL.
Seu repertório, totalmente próprio, provou ser durável e muitas canções sobrevivem até hoje no repertório
do guitarrista KIM KEHL, como a música VAMPIRO, gravada pelo grupo NASI E OS IRMÃOS DO BLUES
ou o rock pesado MAR METÁLICO, gravada pela PATRULHA DO ESPAÇO em seu segundo LP.
Ao fim de 1979, a banda dispersou-se e o núcleo formado pela dupla KIM e ÍNDIO passou a integrar o MADE IN BRAZIL,
gravando o LP "MINHA VIDA É O ROCK & ROLL" em 1980.
KIM KEHL ainda prosseguiu alguns anos excursionando e gravando em vários discos do MADE,
lançando também projetos independentes como o MIXTO QUENTE, pela BARATOS AFINS em 1982,
uma espécie de releitura do LÍRIO DE VIDRO.
Desde então, em uma carreira que já chega à trinta anos, KIM KEHL gravou uma dezena de
discos independentes e se destaca como músico acompanhante de artistas consagrados,
além de tocar ainda seu projeto solo com a banda KIM KEHL & OS KURANDEIROS.
O que ouvimos aqui foi gravado durante os ensaios da banda na casa da avó de KIM, nos anos de 1977, 78 e 79,
pelas duas formaçõesdo LÍRIO DE VIDRO, em um velho gravador de rolo PHILIPS dos anos 1960,
e são os únicos registros da banda, que pode ser considerada uma expressão típica do UNDERGROUND de SÃO PAULO nos ANOS 70.
Membros
1977/78
Kim Kehl: guitarra e vocal
Ricardo
"Índio" Cardoso: bateria
Raul "Zica" Muller: guitarra
Luis "Frajola" Marcelo: baixo
1979
Paulo "Pirata" de Morais: guitarra e vocal
Neto : Baixo
Atualmente com o nome de Premê,é um grupo musical paulistano criado em 1976, por estudantes da USP. O grupo destacou-se desde o início tanto pelas letras irreverentes e bem-humoradas quanto pela qualidade musical, baseada em arranjos sofisticados, fundindo MPB, chorinho, rock e até mesmo música erudita. Já em 1979, o samba-de-breque Brigando na Lua era premiado com o segundo lugar no 1º Festival Universitário de Música Popular Brasileira. No ano seguinte, o grupo começaria a se celebrizar em apresentações no Teatro Lira Paulistana - um reduto da música independente paulista de então, ao lado de nomes igualmente emergentes da cena musical paulista como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e Grupo Rumo.
Em 1981, o grupo lançou seu primeiro disco "Premeditando o Breque", conseguindo notoriedade no meio universitário e intelectual. E logo em seguida, em 1982, a banda chegou à etapa final do festival MPB Shell, promovido pela Rede Globo. A música apresentada no Maracanãzinho lotado foi O Destino assim o Quis ou simplesmente "Lencinho", como ficou conhecida. O maior sucesso do repertório, contudo, viria em 1984, no LP "Quase Lindo". Trata-se da canção São Paulo, São Paulo, uma divertida referência a New York, New York, mas adaptada à capital paulista. A música foi sucesso nas rádios, sobretudo em São Paulo, e levou o grupo a se apresentar em diversos programas de televisão. Outra música que ficou conhecida do grupo foi Lua de Mel em Cubatão, numa época em que Cubatão era considerada uma das mais poluídas cidades do mundo. O grupo despertou o interesse de uma multinacional, a EMI, e a partir de lançou, em 1985 e 1986, dois LPs produzidos por Lulu Santos.
Os discos não tiveram o mesmo sucesso dos anteriores, segundo alguns críticos, justamente pelo fato de terem na produção um carioca, a serviço de uma grande gravadora - dois fatores supostamente contraditórios com a proposta da banda. Entre 1987 e 1991, o grupo cessou suas atividades, retomadas com o LP de 1991 "Alegria dos Homens" e, em 1996, com "Premê ao Vivo", agora em nova formação, que persiste até os dias de hoje. Em 2000, um novo show, batizado de "Brasil 500 anos", reavivou a atenção do público pelo grupo. Atualmente, o Premê continua na ativa, mas com shows esporádicos, quase sempre em São Paulo.
Vanguarda Paulista
O Grupo faz parte do movimento Vanguarda Paulista, que com a faccao zona norte dos Pracianos, representou a resposta desses artistas ao monopolio das gravadoras sobre o lancamento de novos talentos. Abriam seus proprios selos e lancavam seus trabalhos de forma independente. Dari Luzio, Pedro Lua, Paulo Barroso, Le Dantas & Cordeiro, Carl Guerreiro, formam o nucleo Pracianos. O vocalista e violonista Wandi Doratiotto é o apresentador do programa Bem Brasil, da TV Cultura. Também atua em diversos comerciais e na peça de teatro "Não mexe com quem tá quietinho" O guitarrista e vocalista Mario Manga é pai da cantora de MPB Mariana Aydar, destaque da música paulista recente. Mesmo sem lançar disco há 11 anos, o grupo mantém uma legião de fãs e influencia bandas mais novas. Numa votação popular realizada em São Paulo no ano de 2003 para eleger a música-símbolo da cidade, a cação São Paulo, São Paulo ficou em 2º lugar, atrás de Trem das Onze, de Adoniran Barbosa. A canção Rubens foi regravada por Cássia Eller em seu primeiro disco, em 1990. A canção Carrão de Gás foi regravada pela banda Tubaína em seu CD "Polka Vergonha", de 2000. Um dos maiores sucessos do Premê, a música Pinga com Limão, é na verdade uma antiga canção da dupla caipira Alvarenga e Ranchinho. O Osvaldo Luis toca teclado no Ultrage a Rigor
Discografia
PREMEDITANDO O BREQUE (1981) QUASE LINDO (1983) O MELHOR DOS IGUAIS (1985) GRANDE COISA (1986) ALEGRIA DOS HOMENS (1991) VIVO (1996)
Integrantes
Wandi Doratiotto - voz, cavaquinho e violão Mário Manga - voz, guitarra e violão Claus Petersen - voz, sax e flauta Marcelo Galbetti - voz, piano, violão
Participantes eventuais
Danilo Moraes - voz, violão e baixo Adriano Busko - percussão