domingo, 11 de novembro de 2012

"BANDA ZENITH"


Final da década de 70...três jovens do interior de SP apresentam no, há muito extinto, programa
"A Fábrica do Som", então apresentado pela TV Cultura, um instrumental de qualidade muito além do que é feito mesmo hoje em dia, pelas bandas que circulam na mídia. Talvez Dé Vasconcelos ( guitarra ),
Marcos Taná ( baixo ) e Xande ( bateria ) não imaginassem, mas plantavam ali a semente do que colheriam alguns anos mais tarde... Uma das maiores - e mais subestimadas, infelizmente - bandas do Hard / Progressivo nacional, que após algumas formações de integrantes, e uma mudança no nome ( o nome inicial era Stress ), se fixou com Rogério ( vocais ), Zuza ( teclados ), Hamilton ( bateria ), Dé e Marcos, e além das canções de autoria própria que primavam pela fantástica elaboração dos arranjos e letras, executavam ainda, com perfeição absoluta, covers que incluiam Van Halen, Scorpions, Yes, Kansas, Heart, e até mesmo um improvável Caetano Veloso ( " O quereres" ), entre outras maravilhas...





domingo, 7 de outubro de 2012

"TAXI"

O Taxi foi um banda de funk/soul carioca formada originalmente por Max, Amaro e Camarão. Camarão é irmão do Cassiano. O vocalista Max participou deste primeiro álbum e se suicidou antes da banda lançar seu segundo álbum em 1980. Amaro foi morto numa briga de bar. O vocalista Max foi substituido pelo Aladim após sua morte. Aladim faleceu de câncer no estômago em 1998. Fizeram também parte da banda tecladista Julinho Teixeira. Amaro e Camarão, ao lado de Cassiano também fizeram parte do trio vocal Os Diagonais durante os anos 60 e 70. A Banda Taxi foi relativamente desconhecida e inacreditavelmente passou despercebido durante anos 70 e 80. A não ser pela música "Pode Chorar" que foi um pequeno hit underground entre os frequentadores de bailes black. Bastante infuenciada por Cassiano, nunca foi feito nada parecido com esta música até hoje, que para mim, é de longe uma das maiores obras - primas do soul brasileiro. O vocal principal desta música quem faz é Max, que por sinal é incrível. Lamentavelmente nada do Taxi foi lançado em cd até hoje, nem no youtube eu achei coisa da banda.

domingo, 2 de setembro de 2012

"RAÍCES DE AMÉRICA"


Raíces de América é um grupo musical brasileiro.
Sua especialidade são músicas latino-americanas.
A banda surgiu em 1979 com características primordialmente folclóricas tanto em seu repertório como na sua formação. Ao longo dos anos passou a incorporar novos temas. Suas letras falam sobre o abandono de crianças, preconceito racial dentre outros problemas sociais e econômicos vivenciados na América do Sul, que até algumas décadas tinha várias ditaduras no governo.
O grupo surgiu durante o regime militar no Brasil e logo conquistou o público estudantil, que na época caracterizava-se por ser engajado na luta pela democracia.
O grupo gravou onze álbuns, e em 1982 obteve o segundo lugar no Festival MPB Shell, com a música "Fruto do Suor”. O álbum mais recente do grupo é o Raíces de América 25 Anos (2006), uma coletânea de sucessos incluindo algumas músicas inéditas.

Formação

A primeira formação do Raíces tinha:

Mariana Avena (voz)
Tony Osanah (voz e instrumentos)
Enzo Merino (instrumentos)
Willy Verdager (voz e instrumentos)
Oscar Segovia (percussão)
Júlio César Peralta (voz e violão)
Freddy Góes (voz e instrumentos)
Celso Ribeiro (voz e instrumentos)
Isabel Ribeiro (participação especial no primeiro álbum, declamando poemas)
A atual formação do grupo tem nove músicos multi-instrumentistas, que tocam instrumentos típicos da América Latina.
Willy Verdaguer (Argentino - baixista e maestro)
Miriam Miràh (Brasileira - voz)
Pedro la Colina (Chileno - voz e percussão)
André Perine (Brasileiro - Violão, Guitarra, Baixo e Charango)
Oscar Segovia (Chileno - baterista)
Tadeu Passarelli (Brasileiro - cravista, guitarrista, violonista, trombonista)
Chico Pedro (Chileno - Quena, Flauta-de-pã, Tarkas, Ocarinas e Flauta transversal)
Jara Arrais (Brasileiro - maestro e arranjador)
Jica (Brasileiro - percussão)






"TERRY WINTER"


Thomas William Standen (8 de maio de 1947 — 23 de setembro de 1998) começou a cantar ainda nos anos 60 em português.
No início dos anos 70 adotou o pseudônimo de Terry Winter.
Cantor e compositor, surgiu na Jovem Guarda com o nome Tommy Standen, com canções gravadas por artistas como Nilton Cesar ("Ao Mundo Vou Contar", em 1966) e Ronnie Von ("Pequeno Príncipe", parceria com Fred Jorge, em 1967),
paralelamente a seus próprios discos ("O Quente", RCA, 1966; "A Varanda", RCA, 1967).
Em 1972 reinventou-se como Terry Winter, aproveitando a onda de artistas que se faziam passar por estrangeiros; fez grande sucesso interpretando composiçõs próprias como "You'll Notice Me", "Our Love Dream" e "Summer Holiday" até se revelar brasileiro no programa de Sílvio Santos, anunciando inclusive que mudaria novamente o nome artístico, para Thomas Williams, mudança esta que não ocorreu.
Winter/ Standen deixou de fazer sucesso como intérprete, mas ainda freqüentou as paradas musicais graças a mais uma metamorfose: como Chico Valente, assinou vários sucessos de música sertaneja moderna como "Sonho De Um Caminhoneiro",
"Mãe De Leite" (ambas gravadas por Milionário e José Rico), "Convite De Casamento" (gravadas por Ataíde e Alexandre), "Meu Velho Amigo" (Tonico e Tinoco) e
"Rei do Gado" (tema de abertura da telenovela homônima da Rede Globo) compostas em parceria com Nil Bernardes, o mesmo Neil Bernard coautor de
"Summer Holiday" e outras.
Terry Winter trabalhou também como ator em algumas ocasiões, como na telenovela
A viagem, de Ivani Ribeiro, produzida e exibida pela TV Tupi entre 1975 e 1976.

Parceria com Orival Pessini

Da parceria de Terry Winter e Nil Bernardes, com Orival Pessini constam Singles como: "Guerra nas Estrelas.", "Eu Quero Ver." e "Mundo Novo." - Gravações em Long Play e Singles de Orival Pessini, assumindo sua personagem Fofão.

Vida Pessoal

Foi casado com Mirian Baraboskin, e deixou quatro filhos, Shannon Mark,
Shareene, Scott Sherman e Shane Morgan.
Morreu em 1998 vítima de um derrame.




domingo, 19 de agosto de 2012

"A TRIBO"



A Tribo ao vivo no FIC -1970 no Maracananzinho



A Tribo era formada por Nelson Ângelo, Joyce(então casados na época), Novelli, Toninho Horta e Naná Vasconcelos (depois substituido pelo Nenê da bateria).
Atuou no cenário artístico no início dos anos 70.
Em 1970, classificou a música “Onocêonekotô” (Nelson Ângelo) para a final
do V Festival Internacional da Canção.
Esse grupo só lançou algumas músicas em compactos, LPs de festivais e mais 2 músicas (Kyrie e Peba &Pobo) na clássica coletânea Posições – Vanguarda juntamente com as bandas Som Imaginário, Módulo 1000 e Equipe Mercado em 1971 e no mesmo ano um compacto duplo ( 4 musicas) com apenas o nome da Joyce,
(mas com todo o grupo pariticipando).





Foto retirada do site oficinal de Nelson Ângelo



A Tribo nasceu em 1970 quando Joyce,Nelsinho, Novelli e Naná haviam chegado do México, onde fazíam parte do conjunto “Sagrada Família”, liderado por Luis Eça (Novelli também vinha do México mas pertencia a outro grupo). Joyce e Nelsinho se casaram no mesmo dia que o Novelli se casou com a Luci,os quatro alugaram um apartamento enorme no Jardim Botânico. Toninho Horta ainda estava em Minas e queria vir morar no Rio. Nelsinho o convidou para vir morar e trabalhar com a eles. Mais ou menos na mesma época o Naná teve um convite do Gato Barbieri para trabalhar com ele na Europa e foi embora. Para substituí-lo, chamaram o Nenê, baterista gaúcho radicado em São Paulo, que veio também morar com eles. De modo que A Tribo era antes de tudo uma comunidade. Durou até fins de 71, quando a necessidade de grana se fez maior.

Faixas:

01. Andréa (Trilha Sonora da Novela – Véu de Noiva-1969)
02. Copacabana Velha de Guerra (Lp Encontro Marcado 1969, inédito em cd no brasil
03. Please Garçon (Trilha do Filme – Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa – 1970)
04. Bachianas Brasileiras No. 5 (Trilha Sonora -Novela Irmãos Coragem 1970)
05. Sei Lá (com A Tribo) (Trilha da Novela – Assim na Terra como no Céu 1970)
06. Onocêonekotô (com A Tribo) (Lp V Festival Internacional da Cancão 1970)
07. Kyrie (com A Tribo) (Coletânea Posições -1971)
08. Tapinha (com A Tribo) (Compacto simples 1970 com Peba & Pobó – 1970)
09. Peba & Pobó (com A Tribo) (Compacto 1970 e Coletânea Posições 1971)
10. Caqui (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
11. Adeus Maria Fulô (com A Tribo) (Compacto Duplo Joyce – Odeon 1971)
12. Nada Será Como Antes (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
13. The Man from Avenue (com A Tribo) (Compacto duplo Joyce 1971)
14. Pessoas (com Nelson Ângelo – ao vivo)
(5 Festival de Musica Popular Brasileira de Juiz de Fora)


domingo, 1 de julho de 2012

"VIVA VOZ"


Atuou no cenário artístico entre 1979 e 1984, inicialmente como sexteto formado por Ary Sperling, João Rebouças, Belva Reed, Luciana Medeiros,
Soraya Nunes e Bia Paes Leme.
Em 1979, lançou seu primeiro disco, um compacto simples que registrou a primeira gravação das canções "O bêbado e a equilibrista" (João Bosco e Aldir Blanc) e
"Tô voltando" (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro).
Nesse mesmo ano, participou, com Maria Lúcia Godoy e Miguel Proença, do Projeto Pixinguinha, apresentando-se no Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL) e Recife (PE). Ainda em 1979, lançou o compacto duplo "Viva Voz".
No ano seguinte, gravou, para o programa "Fantástico" (TV Globo) o clipe
"Trenzinho caipira" (Villa-Lobos), considerado o melhor do ano.
Também em 1980, lançou seu primeiro LP, contendo "Desesperar jamais"
(Ivan Lins e Vítor Martins), "Bela bela" (Milton Nascimento e Ferreira Gullar) e "Sabor impune" (Djavan), entre outras. O disco contou com arranjos de Oscar Castro Neves e participação especial de Ivan Lins, Joyce e Wagner Tiso.

Entre 1980 e 1981, participou de diversas edições do programa "É preciso cantar" (TVE), interpretando músicas de Nássara, Ismael Silva, Waldemar Henrique, Dorival Caymmi,Tom Jobim, Carlos Lyra e Caetano Veloso, entre outros.
Gravou o prefixo do programa, "Marcha da quarta-feira de cinzas",
com arranjo de Ary Sperling e Ronaldo Nascimento.
Em 1981, apresentou-se com Maria Lúcia Godoy no Teatro da Paz, em Belém (PA), interpretando obras de Waldemar Henrique, no show "Jubileu de Waldemar Henrique", que estreou na Sala Sidney Miller da Funarte (RJ).
O espetáculo consagrou obras como "Minha terra", "Boi bumbá" e "Tamba tajá",
e contou com a presença do compositor na platéia. No ano seguinte, lançou mais um LP, intitulado "Viva Voz", cujo lançamento foi gravado para um programa especial da TVE.
Em 1983, lançou um compacto simples, contendo as canções "Trip tropical"
(Tomas Roth e Lulu Guedes) e "Fugitivos de azul" (Ronaldo Nascimento e Nelson Carega). Ainda em 1983, realizou turnê pelo Brasil com Djavan. Ao longo de sua trajetória artística, atuou em shows ou gravações de vários artistas como Wagner Tiso, Milton Nascimento, Joyce, Sérgio Ricardo, Maurício Tapajós, Maria Lúcia Godoy, Nana Caymmi, Leila Pinheiro e Claudio Cartier, entre outros. Participou,
também, de especiais infantis realizados pela TV Globo, como "Verde que te quero ver" e "Tiradentes, nosso herói".



Discografia


(1983) Trip tropical/Fugitivos de azul • Som Livre • Compacto simples
(1982) Viva Voz • Opus Columbia • LP
(1980) Viva Voz • Odeon • LP
(1979) O bêbado e a equilibrista/Tô voltando • Continental • Compacto simples
(1979) Viva Voz • Continental • Compacto Duplo

Clips Musicais


Tô voltando. TV Globo. (1979)
Desesperar jamais. TV Globo. (1980)
Trenzinho caipira. TV Globo. (1980)
Trip tropical. TV Globo. (1983)

domingo, 24 de junho de 2012

"CÉU DA BOCA"


Os integrantes cantavam juntos no coral da Pró Arte, vencedor do festival promovido pelo Jornal do Brasil, em 1976. Dois anos depois, uma ala decidiu deixar o grupo quando o professor que os ensaiava, Jaques Morelenbaum, foi demitido.
As sopranos Verônica Sabino, Rosa Lobo e Lidia Sacharny, as contraltos Maúcha Adnet, Paula Martins e Marcia Ruiz, os tenores Dalmo Medeiros, Chico Adnet e Ronald Valle e os baixos Paulinho Malaguti e Paulo Roberto formaram o Desbundetto.
O nome criou polêmica, não agradou e o grupo foi rebatizado de Céu da Boca.
Começaram com músicas de coral. A dificuldade em conseguir arranjos mais populares para aquele tipo de formação fez com que eles assumissem a tarefa de criá-los.
Aos poucos, deixaram de lado o repertório erudito, mas continuaram com a estrutura de um coro. O primeiro trabalho foi a gravação de um jingle em 1979.
Depois, gravaram com Wagner Tiso, Joyce, Cesar Camargo Mariano, Chico Buarque e
Edu Lobo, entre outros. Em 1983, foram eleitos Melhor Conjunto Vocal do ano pela Associação dos Críticos de Arte de São Paulo. O ponto alto do Céu da Boca eram suas apresentações. Os tradicionais uniformes de coral eram substituídos por roupas coloridas e descontraídas.O desempenho, meio teatral, atraía um público jovem como eles. Os primeiros trabalhos eram apresentados a capella, aos poucos foram acrescentando instrumentos. O primeiro LP, o independente
“Céu da Boca”, de 1981, foi relançado pela Polygram quando a gravadora os contratou para o segundo disco, “Baratotal”. Em 1984, com alguns de seus integrantes decididos a seguir carreira solo, como Verônica Sabino e Chico Adnet, o grupo foi se dissolvendo aos poucos, até que Paulo Malaguti colocou o ponto final.
Há projetos de relançamento em CD dos dois discos do grupo.




sábado, 23 de junho de 2012

"14 BIS"


14 Bis é uma banda vocal/instrumental brasileira que surgiu em Belo Horizonte,
Minas Gerais, criada pelos irmãos Flávio e Cláudio Venturini, Hely Rodrigues, Vermelho e Sérgio Magrão.
O 14 Bis foi criado no final do ano de 1979, por músicos que já se conheciam e alimentavam a ideia de ter uma banda brasileira nos moldes daquelas bandas internacionais que tanto influenciaram e emocionaram seus integrantes como Beatles, Rolling Stones, Deep Purple, Yes, Led Zeppelin, Pink Floyd entre muitas outras.
Mas a influência não se resume a música criada fora do Brasil.
O "Clube da Esquina" foi para todos do 14 Bis a prova que poderia ser criada no Brasil uma nova Música Brasileira original, popular e ao mesmo tempo sofisticada. Antes da fundação do 14 Bis, era diante desse caldeirão musical que seus futuros integrantes sonhavam em gravar suas canções e atingir o sucesso.
Enquanto isso não era possível, trabalhavam cada um junto a um grupo ou artista diferente, sempre buscando o amadurecimento musical e profissional.
Flávio e Sérgio estavam no O Terço, Hely e Vermelho no "Bendegó" e
Cláudio com Lô Borges.
Naqueles anos o Brasil ainda em processo de redemocratização era um país onde a formação de uma banda era vista com desconfiança pelas gravadoras.
Foi com o aval de Milton Nascimento (produtor do primeiro disco)
que o 14 Bis foi contratado pela multinacional EMI Odeon para gravar o 14 Bis I, disco que rapidamente galgou as paradas com canções como "Natural" e
"Canção da América", esta uma inédita de Milton Nascimento e Fernando Brant.
No ano seguinte foi lançado o disco 14 Bis II, disco considerado clássico da banda com inovações harmônicas, vocais e instrumentais trazendo mais sucesso e afirmação no cenário musical brasileiro para o 14 Bis. Neste disco se destacam músicas como "Planeta Sonho", "Nova Manhã", "Caçador de Mim", "Bola de Meia, Bola de Gude"
entre outras.
Em 1981 foi lançado o "Espelho das Águas" disco onde a banda apresentou novos
ritmos e arranjos como pode-se notar em "Mesmo de Brincadeira" um country mineiro ou "A qualquer Tempo", um barroco mineiro, além de apresentar mais um clássico
inédito de Milton e Brant, "Nos Bailes da Vida".
O ano de 1982 veio com "Além Paraíso" gravado depois de uma viagem aos EUA onde a banda comprou o melhor equipamento existente à época, fato que ajudou a aprimorar ainda mais a sonoridade do disco. O grande hit foi "Linda Juventude".
Em 1983 saiu "A Idade da Luz" quinto disco em menos de cinco anos,
com mais um grande hit "Todo Azul do Mar".
Aí veio o sexto disco onde o 14 Bis experimenta e flerta com a new age (movimento musical britânico). Novas parcerias musicais e estéticas mostram que "A Nave Vai" lançado em 1985 é multifacetado desde a capa ao conteúdo. Canções como "Nuvens", blues como "Figura Rara" e a new age "Outras Dimensões" traduzem a inquietude musical e a busca incessante do novo pelos seus integrantes.
O sétimo disco é o último disco de canções inéditas, composto e gravado com a formação original da banda e marca a saída de Flávio Venturini do 14 Bis para a melhor condução de uma carreira solo que já havia rendido 2 discos paralelos ao trabalho da banda. A parceria com Renato Russo em "Mais uma Vez" é um grande sucesso desse trabalho. Naquele mesmo ano de 1987 foi gravado o primeiro disco ao vivo do 14 Bis "14 Bis ao Vivo" ainda com a formação original.
Já nos anos 90 o 14 Bis lança "Quatro por Quatro", disco raro no mercado que apresenta músicas como "Romance", "O Fogo do teu Olhar", "Dona de Mim" entre outras.
O décimo disco é também o primeiro gravado fora do Brasil, "Siga o Sol" foi quase todo gravado e mixado em New York refletindo bem o momento e o
amadurecimento do grupo.
No final nos anos 90 a banda grava o "Bis acústico" apresentando aos fãs grandes sucessos da banda no formato acústico e também canções inéditas como
"Sonhando o Futuro".
Em 2000 a banda grava com o grupo "Boca Livre" um belo trabalho ao vivo "Boca Livre e 14 Bis ao vivo" com clássicos das duas bandas. Em 2004 o 14 Bis lança mais um disco de músicas inéditas, "Outros Planos" onde a banda mostra novas parcerias e belas músicas como "Outono", "Canções de Guerra" e "Constelações" entre muitas outras.
O trabalho mais recente é o CD e DVD "14 Bis ao vivo", primeiro DVD da banda contendo seus grandes sucessos e trazendo a participação de Flávio Venturini, Beto Guedes, Rogério Flausino e Marcus Vianna. Os planos para o futuro breve são o remix do CD "Outros Planos" com a adição de duas canções inéditas e a comemoração dos 30 anos da banda com a volta de Flávio Venturini para a gravação de um CD e DVD de sucessos da banda e de inéditas do grupo compostas especialmente para
comemorar estes 30 anos de sucesso.
O músico Vermelho conheceu o parceiro musical Flávio Venturini em 1968 no exército, onde faziam parte do corpo de oficiais temporários (CPOR).
O hino do CPOR tem como autor o próprio Vermelho.
O primeiro álbum lançado em formado de CD foi o Quatro por Quatro, em 1993.
Os trabalhos anteriores foram gravados em discos de vinil e fitas cassete, mas foram relançados em CD pela EMI. O único disco que não foi editado em CD é o Sete (1987).
O 14 Bis possui um integrante que não é membro oficial, o tecladista Sérgio Vanconcellos acompanha a banda em gravações de estúdio e shows. Após a saída de Flávio Venturini a banda necessitava de outro tecladista.
Sérgio Vasconcellos foi músico nos Estados Unidos durante muitos anos,
e está no 14 Bis desde 1995.

Formação


Flávio Venturini - (teclado, violão, bandolim e vocal)
Cláudio Venturini - (guitarra, violão, flauta, gaita e vocal)
Hely Rodrigues - (bateria, percussão e vocal)
Sérgio Magrão - (baixo, violão e vocal)
Vermelho - (teclado, violão, baixo e vocal)

Discografia

Ao longo da carreria o grupo gravou doze álbuns de estúdio,
além de coletânes, álbuns ao vivo, participações e DVDs.


14 Bis (1979) EMI-Odeon
14 Bis II (1980) EMI-Odeon
Espelhos das Águas (1981) EMI-Odeon
Além Paraíso (1982) EMI-Odeon
A Idade da Luz (1983) EMI-Odeon
A Nave Vai (1985) EMI-odeon
Sete (1987) EMI-Odeon
Quatro por Quatro (1993) EMI-Odeon
Siga o Sol (1996) Velas
Bis Acústico (1999) PolyGram
Outros Planos (2004) Indie Records

Coletânea

14 Bis Série Bis (2001) - Coletânea (CD Duplo)
14 Bis Sempre (2008) - Coletânea

Ao vivo

14 Bis ao Vivo (1987) Emi-Odeon
Boca Livre e 14 Bis ao Vivo (2000) Indie Records
14 Bis ao Vivo (2007)

Videografia

DVDs

14 Bis ao Vivo (2007)



domingo, 17 de junho de 2012

"AQUARIUS BAND"





Grupo de rock formado por Paulo Chaves (voz)
Cuco (baixo), Dino (guitarra) e Maurici (bateria).
Especializado em fazer versões de rocks estrangeiros para bailes.
No ano de 1970 lançou pela gravadora Continental o primeiro disco.
Em 1978 gravou o LP "Pôr-do-sol", também pela mesma gravadora.
Aquarius Band é um grupo paranaense.
Nesse Post temos o 2º álbum do grupo lançado em 1978.
Um excelente disco diga-se de passagem. No Lado A temos a "viajante" Por do Sol que também dá nome ao disco, lembrando em muito Azimuth na consagrada Linha do Horizonte. Continuando a banda invoca Syd Barret na bela Child. Na faixa 03, ainda no Lado A, um Pout Pourri de Paul Anka numa releitura entusiasmada de
Lonely Boy/Adam and Eve/My Home Town
com arranjos Groove/Funk/Disco de tirar o fôlego.
E a coisa não para por aí. "As Boas Coisas da Vida" é um belo Rock, instrumental e letra. "Que Pena/Linha de umbanda" é Groove/Samba Rock honesto e de primeira.
No lado B(Faixas 07 - 12) aí o circo pega fogo.
E Dá-lhe Progressivo, Hard e Rock And Roll Setentista da Melhor qualidade.
Vale a pena conferir "Aroma Verde", "Hortelã Pimenta" e "Trãnsito Impedido".
Para arrematar ouça depois "Senhor de Terno e Gravata" e "I Get Sad"
Bom Espero que gostem.


DISCOGRAFIA

(1978) Pôr-do-sol • Continental • LP
(1970) Aquarius Band • Continental • LP




segunda-feira, 7 de maio de 2012

"O FAIA"




O Faia foi uma banda de rock que existiu entre 1969 e 1973, no Rio de Janeiro. Claudio Araujo e Victor Larica se conheceram em 1962, no Colégio Nova Friburgo da FGV. Foram colegas por 2 anos no internato e depois descobriram que ambos moravam no "Jornalistas", no Leblon, no mesmo prédio. Lá também moravam Pedro Figueiredo e Claudio Roberto (mais tarde co-autor, com Raul Seixas, de Maluco Beleza). Com toda a moda se espalhando pela cidade, dos "conjuntos" de iêiêiê, deflagrada pela Beatlemania, Claudio, Victor e Pedro se lançaram na onda e a partir de 1965 começaram a compor músicas próprias e a aprender a tocar guitarra. A primeira música de Claudio, "O último adeus", foi parte da trilha sonora do filme "1972" de Ana Maria Bahiana e Zé Emílio Rondeau, lançado em 2007. Os três amigos passavam todas as tardes tocando e cantando, tentando copiar as frases e harmonias das guitarras que apareciam nos discos de vinyl da época. As maiores influências eram The Beatles, Stones, Dave Clark Five, Animals, Peter & Gordon, Beach Boys, Byrds, The Who e muitos outros. E também Chico Buarque, que era a paixão nacional do grupo. Nesse prédio no Leblon também moravam Horácio e Heloísa Seixas, amigos inseparáveis do grupo. Heloísa foi namorada do Victor e do Cláudio Roberto (não me lembro bem em que ordem...). Um dia Horácio nos ligou perguntando se gostaríamos de ir à casa dele. Seu primo da Bahia, que cantava numa banda de rock, estava lá hospedado na sua casa. Rauzito e seus Panteras estavam fazendo um teste para a gravadora Odeon e nossa primeira impressão foi bastante estranha. Naquela época não se viam mais caras com topete à Elvis, brilhantina, etc. E lá estava Rauzito, de casaco de couro, topete alto e cara de poucos amigos. Desde esse tempo uma amizade uniu o grupo à Raul Seixas, amizade essa que iria se desdobrar em gravações de suas músicas. Claudio e Victor gravaram algumas faixas no Lp Krig-Há Bandolo, Claudip fez a guitarra-base de "Quem não tem colírio usa óculos escuros" e Claudio Roberto foi seu parceiro em inúmeras composições). Raul foi produtor da banda nos anos 72 e 73 mas a banda se dissolveu antes da gravação do primeiro compacto. De 1965 até 1969 as mudanças se deram, principalmente, nos vários outros integrantes que se juntaram à banda e nos diversos estilos de música que passaram a pertencer ao amálgama musical que estava acontecendo entre eles. Mas em 1969 aconteceu Woodstock e o mundo do rock se abriu numa divisão sem limites. Se ainda haviam pontes que uniam a Jovem Guarda com o rock internacional, essas se partiram de vez e a JG foi relegada como uma música menor, "comercial" pra "tocar no rádio". Os Beatles acabaram e no seu lugar subiram ao palco artistas como Hendrix e seu Experience, Led Zeppelin, Townsend e seu windmill, Cream, Traffic e muitos outros. Se as músicas feitas pela banda até então ainda eram influenciadas pelas raízes mineiras e tupiniquins, de agora em diante não havia mais espaço pro romântico, pro lirismo.
Era abrir o volume e berrar o mais alto possível.


  O Faia.



Foi Victor que sugeriu o nome ao grupo. Faia é a madeira utilizada para a construção de algumas partes dos instrumentos de corda. De alguma forma ainda estávamos tentando nos ligar a alguma coisa mais musical, mais sonora e romântica que havia restado da década de 60. A palavra Grupo foi automática. Na tentativa de separação e identificação dos "conjuntos de baile" versus as bandas de rock, os segundos eram chamados de Grupos. Grupo O Peso, Grupo Vimana, Grupo O Terço, Grupo Faia. Os conjuntos estavam fazendo baile por dinheiro, nós estávamos fazendo rock, E vieram os hippies, os cabelos cresceram de vez, as roupas eram compradas numa loja em Copacabana chamada Lixo. Éramos todos vegetarianos, magrelos, usávamos sandálias compradas na feira hippie ou na feira dos nordestinos, camisetas Hering da rua da Alfândega, casacos antigos esquecidos por nosso pais e avós no fundo dos armários. MIçangas, colares, pulseiras, brincos, chapéus os mais estranhos, homens de rabo de cavalo, meninas andando em pé nas bicicletas pequenas, de topless na praia de Ipanema, pegando aquele sol que não dava câncer na pele. As calças? Eram furadas de verdade e por serem furadas, cansávamos de tentar fechar os furos com remendos americanos, que colavam de passar o ferro quente em cima. Ninguém achava bonito aquela ventilação forçada... As calças ficavam furadas por pura falta de grana, de tanto usar a mesma. De 1969 até 1973 o nome da banda passou por algumas transformações. De Grupo Faia em 1969 e 1970, quando tocaram Casa no Campo com Zé Rodrix no FIC e depois simplesmente O Faia, até 1973, uma banda de amigos de Ipanema e Leblon que haviam estudado juntos, jogado futebol e aprendido os primeiros acordes na guitarra e no violão, decidiram se profissionalisar. O primeiro passo foi aceitar o convite de Zé Rodrix e da produção do musical "Tem piranha na Lagoa" a fazer parte da peça, tocando e cantando as músicas de Rodrix. Estávamos procurando um lugar pra ensaiar e fazer aquela barulheira toda da época. Fomos até o Teatro Ipanema perguntar se poderíamos ensaiar ali. O produtor da "Piranha" estava naquele dia no teatro, bem do nosso lado, ouvindo as nossas súplicas. E por artes do destino, nos perguntou se queríamos fazer um teste pra ser a banda da peça. Isso nos daria a oportunidade de trabalhar como músicos e finalmente, ter um lugar de ensaio. Naquela época, por estranho que pareça, tínhamos enveredado pelo jazz! Andamentos 5/4, 7/8, 6/4, tudo era novidade e diversão. Claudio e Victor haviam entrado pra estudar na ProArte e no Instituto Villa Lobos. Claudio era aluno de violão clássico com o Prof. Léo Soares. E o jazz foi só um pulo. Começaram a andar numa roda mais erudita, que de alguma forma criticava o rock. Nessa época um flautista do jazz se juntou à banda. Ricardo Mattos, cujo irmão Márcio era baixista de jazz. 1970 Claudio estava na época fazendo também o Curso Miguel Couto para o vestibular de medicina. Lá encontrou num colega o bateirista dos seus sonhos: Luís Roberto (O Terço, Sá , Rodrix e Guarabira, Elis Regina) depois com o nome artístico de Luís Moreno era o bateirista perfeito para essa nova formação da banda. "Luís tocava rock, MPB, jazz, enfim traçava o que viesse". Com essa formação (Claudio Araujo, Victor Larica, Luís Roberto e Ricardo Mattos) o Grupo Faia conheceu Zé Rodrix, Nestor de Montemar, Paulo Affonso Grisolli, Vera Setta e todo o fantástico e enlouquecido elenco do musical "Tem piranha na Lagoa". "De repente estávamos numa gig profissional. fazíamos nove presentações por semana e às vezes espetáculos "fechados" para as empresas. Pela primeira vez estávamos ganhando algum dinheiro". Dessa forma, um dos maiores obstáculos podia ser removido: o do equipamento. Devido a ditadura militar, os bons instrumentos e amplificadores não podiam ser comprados aqui. "Tocávamos com guitarras e amplificadores que não suportavam os volumes necessários, as guitarras e os baixos não afinavam, não tínhamos pedais de efeito, os auto falantes "rachavam" e estouravam se usássemos mais volume. Os amplificadores viviam no conserto, a pele da bateria estava sempre furando." Com o dinheiro que a banda ganhava na peça foi possível comprar a primeira guitarra Snake, um amplificador melhor de baixo, trocar os pratos da bateria e ter cabos melhores.

  1971, Casa no Campo

 Pouco tempo depois da peça encerrar suas apresentações, Zé Rodrix, que havia composto todas as músicas da peça e se tornado nosso amigo, nos procurou com uma proposta fantástica: ele havia saído do Som Imaginário (banda que também acompanhava Milton Nascimento) e havia sido classificado para o Festival de Música de Juiz de Fora. A música? Casa no Campo, de parceria com Tavito, seu amigo dos tempos do Som Imaginário. "Era uma surpresa ver o Zé escrevendo todo o arranjo de orquestra sozinho. "Ele passava horas ao piano, revendo e corrigindo nota por nota daquele arranjo inspirado em George Martin: metais, cordas e no meio daquilo tudo ele ao piano, junto com nossa banda". "Eu cheguei em Juiz de Fora careca. Tinha acabado de passar no vestibular para medicina. Meus colegas foram à minha casa de madrugada e cortaram todo o meu longo cabelo, dando as maiores risadas..." O resto é história: Rodrix venceu o Festival de Juiz de Fora e de lá fomos direto pro Maracanãzinho. Alguns dias antes, o Grupo Faia gravou Casa no Campo e Velho Cigano com Rodrix, na Odeon. "O VU deles lá na sala de gravação era uma lâmpada que aumentava de intensidade se a massa sonora ficasse perto da saturação. Era um efeito incrível! Aquela orquestra imensa dentro do estúdio, mais a nossa banda com, Rodrix ao piano, eu pensei comigo mesmo: como é que vão mixar isso tudo em somente dois canais? O técnico mandou passarmos uma vez a música toda. OK, podem passar de novo. OK, acabou." A gravação de "Velho cigano", música de Rodrix e Luís Carlos Sá, foi no dia seguinte. "Gravamos as bases, Ricardo Mattos fez o solo de flauta, colocamos depois os vocais (Lizzie Bravo, Claudio Araujo e Luís Roberto) e finalmente Rodrix colocou a voz principal. Ele insistia com o técnico que colocasse um reverber igual ao dos cantores antigos de rock da década de 50." Tudo em dois canais... Victor Larica não participou de Casa no Campo. No seu lugar Zé trouxe Sérgio Magrão (Sá, Rodrix e Guarabira, O Terço, 14 Bis). Logo após Casa no Campo, Rodrix formou, junto com Carlos Sá e Gutemberg Guarabira, o famoso trio do rock rural. Magrão e Luís Roberto se juntaram a eles, como side musicians. O Grupo Faia estava sem saber que rumo tomar...

  1972 - O Faia

 Com Pedro Figueiredo nas letras, Victor Larica no Baixo e Claudio Araujo na guitarra, faltavam o batera e outro integrante que pudesse fazer as bases e acrescentar outros instrumentos. Ricardo Mattos se fora pra Londres a convite do irmão. "Eu me lembrei do Joca Moraes. Ele havia sido bateirista de uma banda da qual eu havia participado, de duração efêmera. A banda se chamava "Vaca Voadora" e tínhamos feito alguns shows no Clube Caiçaras, naquelas domingueiras da época. Eu ainda tinha o telefone dele. Ele topou, já tínhamos bateirista. Depois ficamos meses procurando uma pessoa que se encaixasse no perfil que precisávamos. Acabamos encontrando, numa festa de amigos em Ipanema: Ricardo Medeiros e a banda estava pronta pra voltar pra estrada". A idéia da banda, assim como era o objetivo de todas as bandas de rock o Rio, era a de ter seu próprio material. Assim sendo, Pedro escrevia letras sem parar, enquanto Claudio, Victor e Ricardo faziam as músicas. Com esse material O Faia passou alguns meses trancados na casa dos pais do Pedro, em Petrópolis. "Lá podíamos ensaiar e compor até às 3 da manhã. Não tinha outra casa por perto, podíamos fazer o barulho que quiséssemos". O primeiro show foi no Teatro Opinião, numa segunda feira. casa cheia, o espanto das pessoas, as críticas da Rolling Stone e dos jornalistas de rock na época. "Nesse período conhecemos Ana Maria Bahiana. Ela era namorada do meu primo, com quem acabou se casando pouco tempo depois. Nos tornamos amigos inseparáveis e ela começou a fazer letras pras nossas músicas. Dessa forma agora tínhamos dois letristas, ela e o Pedro. Fazíamos músicas sem parar..." Com a partida de Zé Rodrix pro rock rural, estávamos sem ajuda pra conseguir uma gravadora. Naquela época era a única forma de se conseguir penetrar no mainstream do rock nacional. Quem não tivesse uma gravadora estava fadado ao silêncio. Então nos apareceu, mais uma vez, Raul Seixas, que na época era produtor musical da CBS. Raul estava acabando de gravar junto com outros artistas o álbum Sessão da Dez e logo depois se tornaria um sucesso nacional, com Ouro de Tolo. O Faia fez um teste na CBS e foi aprovado. Foi marcada a gravação mas, pro espanto da banda, um dia raul os chamou comunicando que estava saindo da CBS e indo pra Phillips.

  1973

Seu primeiro disco foi um sucesso completo. Claudio e Victor haviam participado da elaboração e da preparação final do Krig-Há Bandolo, nos seus detalhes. "Cheguei um dia na casa do Raul. Ele me chamou e disse: escute a minha nova música. E me mostrou Ouro de Tolo. Ele havia acabado de compor seu primeiro grande sucesso e estava ali, me mostrando em primeira mão. Confesso que não me empolguei. Me pareceu na época uma mistura de Bob Dylan com Frank Sinatra. Uma letra de protesto embrulhada num papel de presente. E mais espantado eu fiquei quando ouvi, mais tarde, ele pedindo ao maestro que iria compor as bases da orquestra que ele queria uma introdução igual a do Roberto Carlos misturada com Something Stupid, do Sinatra e filha. Ele mesmo me disse que havia ficado impressionado quando a Phillips escolheu essa música como a música "de trabalho". E deu no que deu...". O teste do Faia na Phillips foi um sucesso, o Menescal concordou com a contratação da banda e as datas foram marcadas pra gravação do Compacto. "Nós estávamos fazendo um show atrás do outro, Até no Manicômio Judiciário da Frei Caneca nós tocamos, por sugestão do Marinaldo, empresário do Módulo Mil. Ele mesmo não apareceu por lá. Segundo o Pedro, por ter medo dos médicos não deixarem mais ele sair do hospício". O Marinaldo também estava na produção do nosso Woodstock, em Caxias. Chamado de Dia da Criasom, o festival reuniu milhares de pessoas e todas as bandas roqueiras da época. Foi uma experiência fantástica ver aquela multidão levantar e começar a gritar quando o Terço atacou. Uma energia incrível, uma emoção tomou conta de todos nós. Na Rolling Stone da semana seguinte, Ezequiel Neves escreveu sobre o Faia, citando os versos de uma das músicas: "comi feijão com ketchup até vomitar em você!" "Mas o esforço imenso que estávamos fazendo remando contra o AI-5, a pressão policial, as notícias sobre torturas, a perseguição cultural aos "cabeludos", a pressão das famílias que reprovavam tudo o que fazíamos era demais. Uma vez, em Ipanema, estávamos caminhando pela rua carregando os instrumentos e de repente uma viatura da polícia apareceu. Os guardas saltaram do carro nos apontando as armas, gritando e perguntando o que estávamos carregando. Respondi que eram instrumentos musicais e um deles, me apontando o fuzil, me intimou a mostrar minha querida Gibson SG Standard, que eu recém adquirira. A cada pouca semanas recebíamos um telefonema do DOPS. Éramos intimados a comparecer ao Palácio do Catete para depor e explicar o conteúdo das nossas letras. Das vinte e poucas letras que fomos obrigados a mandar pra censura, todas foram proibidas de serem executadas. Após várias modificações, mais quatro foram proibidas, inclusive Montes Urais, em parceria com Zé Rodrix. Fomos ameaçados várias vezes de ser presos pelo DOPS, que nos deixavam horas esperando lá dentro e depois nos mandavam embora, sem explicações. Sempre mandávamos ingressos para a polícia, era uma obrigação e sempre alguém ocupava aqueles lugares. Por estranho que pareça, geralmente eram mães com suas filhas! Fizemos um show no Teatro Cachimbo da Paz num esforço imenso. Todos os shows eram assim: pintávamos outdoors, distribuíamos panfletos, íamos nas rádios, jornais, nos colégios. Tínhamos que divulgar, produzir, carregar nosso equipamento, tocar, cantar e receber praticamente nada. Na saída desse show estavam chegando os amigos da Equipe Mercado e o Stu estava literalmente carregando um piano!" Dias depois um dos membros da banda teve uma hemoptise. Era o preço que o grupo estava pagando por todo aquele esforço descomunal. O diagnóstico médico os condenou a 6 meses de recesso. "Foi nosso fim".


    


   

sábado, 14 de abril de 2012

"LÍRIO DE VIDRO"


Formada no final de 1977 pelo guitarrista KIM KEHL e o baterista RICARDO "INDIO" CARDOSO, a banda LÍRIO DE VIDRO colecionou muitas façanhas em uma carreira de apenas dois anos... Com um som pesado, influenciado pelo BLUES, o PROGRESSIVO e até pelo FUSION, a banda teve duas formações, gravitando em torno da guitarra estridente de KIM KEHL e a bateria super-pesada de ÍNDIO, em ROCKS, BALADAS e PEÇAS INSTRUMENTAIS. Com alguns meses de ensaio, cujo produto ouvimos aqui, a banda já havia realizado várias apresentações individuais e como grupo de abertura da banda PATRULHA DO ESPAÇO, incluindo a temporada histórica de shows no teatro PIXINGUINHA em São Paulo e vários shows ao ar livre e em teatros da região do ABC Paulista. Em 79, passam à fazer parte da miríade de grupos que excurcionaram com o show "FESTIVAL ROCK & JEANS", produzido por OSWALDO VECCHIONNE, do MADE IN BRAZIL e LUIZ CARLINI, do TUTTI FRUTTI, em que viajaram por vários estados do BRASIL. Seu repertório, totalmente próprio, provou ser durável e muitas canções sobrevivem até hoje no repertório do guitarrista KIM KEHL, como a música VAMPIRO, gravada pelo grupo NASI E OS IRMÃOS DO BLUES ou o rock pesado MAR METÁLICO, gravada pela PATRULHA DO ESPAÇO em seu segundo LP. Ao fim de 1979, a banda dispersou-se e o núcleo formado pela dupla KIM e ÍNDIO passou a integrar o MADE IN BRAZIL, gravando o LP "MINHA VIDA É O ROCK & ROLL" em 1980. KIM KEHL ainda prosseguiu alguns anos excursionando e gravando em vários discos do MADE, lançando também projetos independentes como o MIXTO QUENTE, pela BARATOS AFINS em 1982, uma espécie de releitura do LÍRIO DE VIDRO. Desde então, em uma carreira que já chega à trinta anos, KIM KEHL gravou uma dezena de discos independentes e se destaca como músico acompanhante de artistas consagrados, além de tocar ainda seu projeto solo com a banda KIM KEHL & OS KURANDEIROS. O que ouvimos aqui foi gravado durante os ensaios da banda na casa da avó de KIM, nos anos de 1977, 78 e 79, pelas duas formaçõesdo LÍRIO DE VIDRO, em um velho gravador de rolo PHILIPS dos anos 1960, e são os únicos registros da banda, que pode ser considerada uma expressão típica do UNDERGROUND de SÃO PAULO nos ANOS 70.

 Membros

1977/78

Kim Kehl: guitarra e vocal Ricardo
"Índio" Cardoso: bateria
Raul "Zica" Muller: guitarra
Luis "Frajola" Marcelo: baixo

1979

Paulo "Pirata" de Morais: guitarra e vocal
Neto : Baixo

 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

"PREMEDITANDO O BREQUE"


Atualmente com o nome de Premê,é um grupo musical paulistano criado em 1976,
por estudantes da USP.
O grupo destacou-se desde o início tanto pelas letras irreverentes e bem-humoradas quanto pela qualidade musical, baseada em arranjos sofisticados, fundindo MPB, chorinho, rock e até mesmo música erudita.
Já em 1979, o samba-de-breque Brigando na Lua era premiado com o segundo
lugar no 1º Festival Universitário de Música Popular Brasileira.
No ano seguinte, o grupo começaria a se celebrizar em apresentações no Teatro Lira Paulistana - um reduto da música independente paulista de então, ao lado de nomes igualmente emergentes da cena musical paulista como Arrigo Barnabé,
Itamar Assumpção e Grupo Rumo.

Em 1981, o grupo lançou seu primeiro disco "Premeditando o Breque", conseguindo notoriedade no meio universitário e intelectual.
E logo em seguida, em 1982, a banda chegou à etapa final do festival MPB Shell, promovido pela Rede Globo. A música apresentada no Maracanãzinho lotado
foi O Destino assim o Quis ou simplesmente "Lencinho", como ficou conhecida.
O maior sucesso do repertório, contudo, viria em 1984, no LP "Quase Lindo".
Trata-se da canção São Paulo, São Paulo, uma divertida referência a New York,
New York, mas adaptada à capital paulista. A música foi sucesso nas rádios,
sobretudo em São Paulo, e levou o grupo a se apresentar em diversos
programas de televisão.
Outra música que ficou conhecida do grupo foi Lua de Mel em Cubatão,
numa época em que Cubatão era considerada uma das mais poluídas cidades do mundo.
O grupo despertou o interesse de uma multinacional, a EMI, e a partir de lançou,
em 1985 e 1986, dois LPs produzidos por Lulu Santos.

Os discos não tiveram o mesmo sucesso dos anteriores, segundo alguns críticos, justamente pelo fato de terem na produção um carioca, a serviço de uma grande gravadora - dois fatores supostamente contraditórios com a proposta da banda.
Entre 1987 e 1991, o grupo cessou suas atividades, retomadas com o LP de 1991 "Alegria dos Homens" e, em 1996, com "Premê ao Vivo", agora em nova formação,
que persiste até os dias de hoje.
Em 2000, um novo show, batizado de "Brasil 500 anos",
reavivou a atenção do público pelo grupo.
Atualmente, o Premê continua na ativa, mas com shows esporádicos,
quase sempre em São Paulo.

Vanguarda Paulista

O Grupo faz parte do movimento Vanguarda Paulista, que com a faccao zona norte dos Pracianos, representou a resposta desses artistas ao monopolio das gravadoras sobre o lancamento de novos talentos. Abriam seus proprios selos e lancavam seus trabalhos de forma independente. Dari Luzio, Pedro Lua, Paulo Barroso, Le Dantas & Cordeiro,
Carl Guerreiro, formam o nucleo Pracianos.
O vocalista e violonista Wandi Doratiotto é o apresentador do programa Bem Brasil,
da TV Cultura. Também atua em diversos comerciais e na peça de teatro
"Não mexe com quem tá quietinho"
O guitarrista e vocalista Mario Manga é pai da cantora de MPB Mariana Aydar,
destaque da música paulista recente.
Mesmo sem lançar disco há 11 anos, o grupo mantém uma legião de fãs e
influencia bandas mais novas.
Numa votação popular realizada em São Paulo no ano de 2003 para eleger a música-símbolo da cidade, a cação São Paulo, São Paulo ficou em 2º lugar,
atrás de Trem das Onze, de Adoniran Barbosa.
A canção Rubens foi regravada por Cássia Eller em seu primeiro disco, em 1990.
A canção Carrão de Gás foi regravada pela banda Tubaína em seu CD
"Polka Vergonha", de 2000.
Um dos maiores sucessos do Premê, a música Pinga com Limão, é na verdade uma antiga canção da dupla caipira Alvarenga e Ranchinho.
O Osvaldo Luis toca teclado no Ultrage a Rigor








Discografia

PREMEDITANDO O BREQUE (1981)
QUASE LINDO (1983)
O MELHOR DOS IGUAIS (1985)
GRANDE COISA (1986)
ALEGRIA DOS HOMENS (1991)
VIVO (1996)

Integrantes

Wandi Doratiotto - voz, cavaquinho e violão
Mário Manga - voz, guitarra e violão
Claus Petersen - voz, sax e flauta
Marcelo Galbetti - voz, piano, violão

Participantes eventuais

Danilo Moraes - voz, violão e baixo
Adriano Busko - percussão

sábado, 17 de março de 2012

"RUMO"


O Rumo (ou RUMO) foi um grupo musical brasileiro surgido em 1974
e dissolvido em 1991.
O Rumo foi constituído em 1974 por um grupo de alunos da Escola de Comunicação e Artes da USP liderados por Luiz Tatit. Com o surgimento da chamada "Vanguarda Paulista", conseguiram gravar seu primeiro LP em 1981.
Em 1985, Ciça Tuccori deixou o grupo e entraram na formação
os músicos Ricardo Breim e Fábio Tagliaferri.
Em 1991, gravaram um último álbum. O grupo foi desfeito pouco depois.

Integrantes

Formação original (1974-1985):

Luiz Tatit: violão e voz
Ná Ozzetti: percussão e voz
Hélio Ziskind: flauta, saxofone, violão e voz
Akira Ueno: baixo e percussão
Paulo Tatit: guitarra, violão, baixo e voz
Ciça Tuccori: piano e xilofone (saiu em 1985)
Pedro Mourão: violão e voz
Gal Oppido: bateria
Zecarlos Ribeiro: percussão
Geraldo Leite: voz

Novos integrantes (1985-1991):


Ricardo Breim: piano e teclado
Fábio Tagliaferri: viola

Discografia


Os LPs "Rumo", "Rumo aos antigos", "Diletantismo", "Caprichoso" e
"Rumo ao vivo" foram relançados em CD pela Trama em 2004.

Rumo 1981
Rumo aos antigos 1982
Diletantismo 1983
Caprichoso 1986
Quero passear 1988
O sumo do Rumo 1989 (coletânea)
Rumo ao vivo 1991




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"CONDUTORES DE CADÁVER"



Condutores de Cadáver foi uma das primeiras bandas de
punk rock brasileiras formada em 1979 em São Paulo.
Formada por Callegari na guitarra, Índio no vocal, Hélio no baixo e Nelsinho
"Teco Teco" na bateria, o Condutores de Cadáver nasceu de outra banda chamada
N.A.I. (Nós Acorrentados no Inferno) que durou apenas um show,
no qual tocou o Restos de Nada e o AI-5. Após esse show, no final de 1979,
entra o baixista Clemente do Restos de Nada no lugar de Hélio,
e sugere que o N.A.I. mude o nome para Condutores de Cadáver.
Hélio se juntaria ao Redson para formar o Cólera (banda),
outra banda célebre do cenário punk brasileiro.
Muito diferente da proposta da Restos de Nada, preocupavam-se mais em chocar a audiência com as performances de seu vocalista e com as letras mais blasfemas do punk rock nacional. No início, as bandas sempre se apresentavam juntas,
pois nenhuma tinha aparelhagem suficiente para fazer um show solo.
Em um show no Teatro Pulga, no centro de São Paulo, em que tocou a banda
Verminose de Kid Vinil, a banda chegou junto com a gangue da Carolina e
pela pressão exercida pelos punks ali presentes, Kid Vinil cedeu seus
instrumentos para qua a banda se apresentasse.
A banda acabou em 1981, Clemente e Callegari formaram o Inocentes, e
Índio o Hino Mortal.
Em 2001 se reuniram novamente com Índio no vocal, Callegari na guitarra, Hélio no baixo e Babão na bateria e tocaram no encerramento do festival punk
A Um Passo do Fim do Mundo, que aconteceu nos dias 24 e 25 de novembro de 2001
em São Paulo que contou com a participação de mais 50 bandas.
Em dezembro de 2001, lançaram um compacto homônimo em vinil com quatro faixas numa edição de apenas 500 cópias. Até então os únicos registros fonograficos da banda
eram alguns cassetes piratas, editados por pequenos selos europeus,
com gravações caseiras de shows ou ensaios.

Discografia

Condutores de Cadáver (EP, 2001)

Compilações

Botinada: a Origem do Punk no Brasil (CD, 2006, ST2)


sábado, 4 de fevereiro de 2012

"ARNALDO E A PATRULHA DO ESPAÇO"



Arnaldo, Cokinho, Rolando Castello e John Flavin


Depois do álbum Lóki?, de 1974, e antes do Single nalone, de 1981, Arnaldo Baptista viveu sua fase hard-rock, ou melhor, sua fase lenha, para usarmos uma expressão sessentista, até hoje do vocabulário de Arnaldo, para designar o ancestral rock pauleira. Nesta viagem no limite máximo, teve por companhia o
grupo Patrulha do Espaço.
A viagem lenha começa em 1975, quando Arnaldo estrutura seu novo projeto, o grupo Space Patrol, inicialmente com o baterista Zé Brasil; e, depois, com sua primeira formação definida, com Rufino e Dudu, nas guitarras; Cenoura, no contrabaixo; e Arnaldo, na bateria com dois chimbaus, um de cada lado. Apenas ensaios caseiros, com pequenos amplificadores e a companhia de uma televisão ligada, sem som.
Em 1977, o grupo passa a se chamar Arnaldo & A Patrulha do Espaço, continuando seus ensaios, já com a seguinte formação: John Flavin, na guitarra; Osvaldo Gennari “Cokinho”, no contrabaixo; Rolando Castello Júnior, na bateria; e Arnaldo, no piano e voz. No final do ano, o grupo grava, no Estúdio Vice-Versa, com apoio irrestrito do maestro Rogério Duprat, treze músicas, em dois dias. O material, se adquirido por alguma gravadora, teria uma mixagem definitiva. Sem interesse de gravadora, o disco só veio á cena, mesmo assim parcialmente e a partir de uma rough mix, extraída de uma cópia de dois canais, onze anos depois, em 1988, com o título de Elo Perdido.
Deste período, se revelam doze canções, sendo que sete delas, Arnaldo regravaria no Singin’ Alone, ou na versão original ou vertida para o inglês/português, com sutis, mas fundantes, modificações em seu texto.
Elo Perdido repete do Singin Alone: O Sol, com o título de Sunshine; Corta-jaca; Trem/Train; Emergindo da Ciência/ Coming Through the Waves of Science;
e Raio de Sol/Sitting on the road side.*

De inéditas, temos: Sexy Sua, canção de amor e sexo composta para a ex-namorada Martha Mellinger, com seu título/refrão trocadilhescos sua: verbo? Pronome? -, pode ser resumida como um culto/exercício prático da libido.
Um pouco assustador, exercita segundo Arnaldo, o jogo reativo de encontros telepáticos. Onde, quem participa do encontro se assusta e se auto conhece.
E Fique Aqui Comigo, Arnaldo trava um diálogo com uma visitante desconhecida,
que seria. Ao mesmo tempo, parceira e platéia de um show-conversa mental.
Em maio de 1978, já com mais um guitarrista, Eduardo Chermont, o grupo se apresenta no Teatro São Pedro, em São Paulo SP. Da noite sairia uma gravação amadora, lançada, em 1988, no álbum Faremos Uma Noitada Excelente.
O disco traz as já conhecidas: Emergindo da Ciência, Um Pouco Assustador, Fell in Love One Day, Cowboy e Hoje de Manhã Eu Acordei, de inédita somente a instrumental Arnaldo Soliszta, improviso ao piano, à maneira de Hermeto Pascoal.
O título foi dado, posteriormente, por Rolando Castello Júnior e abarca as várias capacidades e saberes de Arnaldo: pianista, solista, fã do compositor húngaro Franz Liszt (1811-1886) e, obviamente, solista, amante do sol, leia-se, sunshine/LSD.

Nestes dois falsos rascunhos, na verdade songbooks de sobrevivência e luta,
Arnaldo escreve, em forma de mosaico, sua revolucionária obra, entre a louca-lucidez que envolve projetos de diálogos e interlocuções, entre palco e platéia, passado e futuro, vida e arte, ciência e sonho, revelando que há sempre algo que falta, algo que ficou irremediavelmente perdido, e que, a cada descoberta, percebemos que é a incompletude que nos completa. A obra solo de Arnaldo é isto, lacunas e
elos perdidos que se completam permanentemente.
Assim, que tenhamos novos e bons ouvidos e sejamos bem-vindos ao Jardim do Sonho e da nova Ciência desta eterna nova música chamada: Arnaldo Dias Baptista.