quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"MUTANTES"


Uma das mais importantes bandas do rock nacional, o Mutantes é reconhecido até hoje, não só por nós brasileiros, mas por grandes artistas em todo o mundo, pela sua criatividade, ousadia e por ter a coragem de ser vanguarda numa época retrógrada.
Surgido em São Paulo, no ano de 1966, o grupo firmou-se com Arnaldo Dias Batista (piano/baixo), Sérgio Dias Batista (guitarra/violão) e Rita Lee (flauta/harpa), depois de muitas mudanças de nome e de integrantes.
Após se apresentarem em alguns programas de televisão, acompanharam Gilberto Gil no Terceiro Festival da Record, com a música “Domingo no Parque”. Ganharam destaque e um contrato com a Polydor, que lançou a maioria dos álbuns do grupo, incluindo o de estréia, “Os Mutantes”, que já trazia dois dos maiores ‘hits’: “Panis Et Circenses” e “Batmacumba”.
Em 1969, chega o segundo trabalho, “Mutantes”. Os grandes destaques desse disco foram “Dom Quixote” e “2001”, escrita em parceria com Tom Zé. Se apresentaram em Cannes e em Lisboa, e na volta montaram o show “O Planeta dos Mutantes”.

Aumentaram o ‘line up’ com a entrada definitiva do baterista Dinho e do baixista Liminha e, em 1970, participaram do V FIC, Festival Internacional da Canção, com a faixa “Ando Meio Desligado”, regravada pelos mineiros do Pato Fu. Essa música fez parte do álbum “A Divina Comédia” e eles ainda gravaram “Technicolor”.
No ano seguinte, “Jardim Elétrico” apresentava ao público o ‘hit’ “Top Top”, que ganhou uma versão acústica da cantora Cássia Eller em 2001. O maior sucesso da carreira do Mutantes, no entanto, viria só em 1972 com o álbum “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”, com a faixa “Balada do Louco”.

Logo em seguida, Rita Lee anunciou a sua saída do grupo e passou a se dedicar inteiramente à sua carreira solo. A cantora gravou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, que contava com a participação de todos os ex-companheiros e, por esse motivo, alguns ainda o consideram como um disco do Mutantes.

Entraram em estúdio em 1973 para as gravações de “O A e o Z”. O material não agradou a gravadora, que não lançou o disco e demitiu a banda. Sem contrato e enfrentando diversos problemas com as drogas, Arnaldo decidiu que era a sua vez de abandonar o barco e partiu em carreira solo. Dinho e Liminha seguiram o mesmo rumo.

Diante de uma situação totalmente inédita, Sérgio Dias foi obrigado a reformular toda a estrutura da banda. Chamou Tulio Mourão para os teclados, o baterista Rui Mota e o baixista Antônio Pedro Medeiros para integrarem o time. Conseguiu um contrato com a Som Livre e, com essa formação, fizeram “Tudo Foi Feito Pelo Sol”, em 1975.

Apesar do disco, os problemas e discussões estavam longe de terminar, e logo após esse lançamento, Túlio e Antônio foram substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro. Em 1977 soltaram “Mutantes ao Vivo”, que não agradou nem os fãs, nem a crítica e nem os próprios Mutantes. Após esse fracasso e mais alguns desentendimentos, finalmente o grupo encerrou suas atividades.

Apesar das inúmeras tentativas, Sérgio Dias não conseguiu dar continuidade ao Mutantes sem o irmão Arnaldo, que recusou solenemente todos os pedidos para que voltassem a tocar juntos.
Em 1992, finalmente foi lançado o até então inédito “O A e o Z” e em 1999, “Technicolor” foi reeditado pela Universal Music.
Mutantes é uma banda que marcará para sempre a história do rock e, por isso, recebeu homenagens, teve seus discos relançados e ainda garante a
oportunidade de novos shows.


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